Celso de Mello, decano no Supremo, reagiu de maneira clara e firme à fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), segundo quem bastam um soldado e um cabo para fechar o STF. Não custa lembrar que ele foi além na palestra que concedeu em Cascavel a aspirantes a funcionários na Polícia Federal no dia 9 de julho. Ele também disse que um ministro do STF sem as ruas — vale dizer: o apoio popular — não é nada. E acrescentou que, se preso, ninguém pedirá para soltar um magistrado.
A nota redigido por Mello, notório por seu comedimento, é a seguinte:
“Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição! Sem que se respeitem a Constituição e as leis da República, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram, em nosso sistema político, os princípios inerentes ao Estado democrático de Direito”.
O ministro não foi o único a se manifestar.
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