terça-feira, 8 de maio de 2018

MPT notifica Embraer sobre manutenção dos empregos em acordo de fusão com Boeing


Sindicato acredita que novos projetos, em caso de parceria com a Boeing, não serão desenvolvidos e produzidos no Brasil (Foto: Embraer/Divulgação)

Fabricantes de aeronaves negociam parceria. Promotoria demonstra em documento preocupação quanto à manutenção dos postos de trabalho no Brasil. Embraer tem cerca de 18 mil empregados no país.

As fabricantes de aeronaves Boeing e Embraer, que negociam uma fusão desde dezembro do ano passado, foram notificadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para que incluam questões trabalhistas no acordo comercial. O órgão manifesta preocupação quanto à manutenção do patamar de empregos no Brasil, caso a parceria seja fechada. A preocupação com a possibilidade de demissões já havia sido manifestada pelo Sindicato dos Metalúrgicos. (leia abaixo)

A recomendação da promotoria é para que as empresas prestem informações aos sindicatos que representam os empregados e tenham transparência sobre os possíveis impactos do acordo para os níveis de emprego no Brasil.

A companhia tem mais de 10 mil empregados em São José dos Campos e é uma das maiores empregadoras do município. A empresa tem cerca de 18 mil funcionários no país, segundo o sindicato.

Um prazo de 15 dias, a partir da notificação, foi dado ás empresas para informarem sobre o atendimento da recomendação e prestação de informações adicionais que avaliarem pertinentes ao assunto. O MPT disse que deu início à atuação durante a negociação no último mês.

A norte americana Boeing concentra as atividades nos EUA, com plantas industriais no país. A companhia é uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo.

O sindicato em São José avalia que a possível fusão entre as empresas é uma ameaça aos empregos no país. "O principal projeto da Embraer hoje é a família do avião regional E2 e, daqui 10 anos, 8 anos, ele não vai mais ser o que é hoje, então novos projetos virão. Especialistas aqui e lá fora acham que quando fechar o ciclo dele, a Boeing jamais vai trazer um novo projeto para cá e isso vai impactar os empregos", disse o diretor Herbert Claros.

O MPT encerra o documento, assinado por um grupo de promotores, sinzalizando que caso as recomendações não sejam adotadas, as empresas podem ser submetidas à medidas administrativas e judiciais - não foram informadas quais.

Outro lado

A Boeing informou, por email, apenas que recebeu a notificação e está analisando o assunto. A Embraer preferiu não comentar o assunto.

Por G1 Vale

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