De saída? Moro disse que quer encerrar a Lava-Jato até dezembro. O desafio: garantir que as boas práticas da operação se disseminem pelo país
No cenário pré-impeachment, a Operação Lava-Jato foi o rolo compressor que expôs os meandros de uma insaciável máquina de corrupção instalada dentro da Petrobras. Por meio dela, empreiteiras irrigavam contas de políticos do PT e partidos aliados em troca de contratos bilionários com a estatal. Em pouco mais de dois anos de apuração meticulosa, uma enxuta força-tarefa baseada em Curitiba e composta do juiz federal Sergio Moro e onze procuradores conseguiu o que parecia impensável: punir os donos das maiores empreiteiras do país por corrupção e formação de cartel e apontar um rol de parlamentares e caciques políticos suspeitos de locupletar-se do esquema. Calcada na eficiência, a Lava-Jato ganhou força e apoio popular, revigorou a Justiça e pôs um freio na impunidade. A partir de agora, no entanto, vem a parte mais difícil: assegurar que não pare no meio do caminho e que os resultados já alcançados se disseminem pelo país e se transformem em prática duradoura, seja qual for o cenário político.
Iniciada há pouco mais de dois anos, a operação tem prazo para acabar. Em uma conversa informal no início deste mês na Universidade de Chicago, onde proferiu palestra, Moro afirmou que pretende encerrar os trabalhos na 13ª Vara Federal de Curitiba até dezembro. A Lava-Jato já ostenta um balanço portentoso: 93 condenações, cujas penas somadas chegam a 1 000 anos, 155 presos e 179 réus em ações judiciais. Quase 3 bilhões de reais desviados pelos investigados foram devolvidos aos cofres públicos e outros 18 bilhões estão na mira da força-tarefa da Lava-Jato - que inclui, além de Moro e dos procuradores, policiais federais e técnicos da Receita Federal.
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