Preso na Itália à espera da extradição para o Brasil, o mensaleiro Henrique Pizzolato recebeu a visita do senador italiano Carlo Giovanardi. Durante a conversa, fez uma declaração dramática. Segundo seu interlocutor, Pizzolato afirmou que “prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil.''
A frase de Pizzolato faz lembrar comentário do ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça), numa palestra para empresários, em novembro de 2012: “Do fundo do meu coração, se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferia morrer”, dissera Cardozo na ocasião.
Entre o comentário do ministro da Justiça e o desabafo de Pizzolato, passou pela penitenciária brasiliense da Papuda a porção mensaleira da direção do PT. José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha sobrevieram à experiência.
Condenado a 12 anos e 7 meses de cana, Pizzolato vai demorar um pouco mais para deixar o regime fechado. Mas o companheiro deveria levar em conta o lado bom das coisas. Encarcerado na Papuda, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil pode se redimir de seus crimes prestando um inestimável serviço ao país.
Com suas críticas, Pizzolato ajudará a aperfeiçoar o sistema carcerário nacional. Considerando-se que até os grandes empreiteiros da Lava Jato já amargaram os seus dias de conchonete na hospedaria paranaense da PF, as cadeias brasileiras podem estar a um passo da revolução.
Dependendo dos desdobramentos dos inquéritos da Lava Jato, a moda de prender corruptos e corruptores pode pegar no Brasil. Nessa hipótese, a melhoria das condições carcerárias pode ser uma mera questão de tempo.
Para começar, Pizzolato pode sugerir a qualificação do cardápio: frutas e sucos no café da manhã, carnes brancas e vermelhas para o almoço, opções light para o jantar. A cidadania italiana do preso é a certeza de que ele não terá dificuldades para indicar os melhores vinhos.
Inseridas no velho sistema, as inovações destoarão no início. Mas, as empreiteiras logo sugerirão ao governo a construção de modernos complexos penitenciários —sauna, piscina, salas de música e auditórios para as palestras de readaptação.
Resta aos brasileiros de bem gritar diante de todos os altares: “Vida longa para Pizzolato.”
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