Alvo de ameaças de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, que articulam para tentar barrar sua recondução ao cargo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira que "não procura emprego". Trata-se de um recado direto aos parlamentares, especialmente o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os três políticos são investigados em inquéritos do petrolão.
"Todo o Ministério Público brasileiro está unido pela mesma causa, esse gigantesco 'não à corrupção'. É induvidoso, e afirmo após longos 31 anos no exercício de múnus público, a que assumi por concurso público: não procuro emprego. Tenho uma função pública a que assumi por concurso público e a exerço há 31 anos", disse Janot.
"A atuação de todos os membros do Ministério Público brasileiro revela a unidade que nos marca, permitindo que atuemos de forma profissional e despersonalizada. Se um colega não fizer, não se iludam. Outro o fará. Caso um não possa fazer, não se iludam. Outro, com muito mais razão e mais força, o fará", completou.
Ao lançar a campanha #corrupçãonão, o chefe do Ministério Público também defendeu a votação de projetos relacionados à reforma política "que deem novos contornos à representatividade a advinda do povo".
"A corrupção não pode ser vista por nós como algo cotidiano que permeia as nossas vidas. Chegou a hora de dar um basta, é um 'não' firme e corajoso à corrupção. O combate a esse mal deve ter foco não só na atividade de persecução criminal, mas para a prevenção, o controle e a proteção dos recursos públicos, independentemente de sua escala ou monta", afirmou o procurador-geral, que deverá encabeçar a lista tríplice de indicados da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) a ser encaminhada à presidente Dilma Rousseff.
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