Brasilino Neto |
Uso esta frase para manifestar indignação quanto às pesquisas que os institutos de opinião pública fazem, notadamente quanto às políticas.
É incompreensível que estes órgãos, se valendo de dados objetivos e métodos científicos consigam errar como erram, especialmente quando ouvimos os jornalistas dizerem o chatíssimo e entediante “com margem de erro de dois por cento para mais ou dois para menos”.
Assim, se estabelecem margem de erro de 2 x 2, por que na prática se vê diferenças superiores a 7, 8 ou em maiores pontos percentuais? Tenho até dúvida se as expressões que uso em “consigam errar” sejam as adequadas, pois me parecem mais lógicas se tivesse usado “querem errar”.
E o que é grave não são os erros pontuais, mas em previsões de norte a sul, quando indicam certos candidatos em vantagens bem superiores ao segundo colocado, enquanto na prática, abertas as urnas, a inversão é gritante, mais ou menos assim: o primeiro vai para terceiro, o terceiro vem para segundo e o segundo para primeiro lugar.
Por que isto se dá se utilizam de perguntas objetivas e métodos científicos? ou os entrevistados nas pesquisas são sorrateiramente espertos para enganar o entrevistador? ou eles querem mesmo ser enganados? se são enganados pelos entrevistados, os métodos que utilizam são mesmo científicos?
Faço estas suscitações, pois em um sistema político fragilizado como o brasileiro, com partidos fracos e incoerentes, com troca-trocas e barganhas corriqueiras, com curtos períodos de campanha e sem meios de divulgações de seus projetos de governo, tenho que não seja ético que os institutos assim se conduzam, por influenciarem ao eleitor que se valem do sôfrego princípio de que “não quero perder meu voto e vou votar naquele que está à frente nas pesquisas”. Ledo engano.
Aqui, parodiando Fernando Veríssimo, creio, como um “Velhinho de Taubaté”, que não agem de acordo com os interesses dos contratantes, ou quererem que seus indicados ganhem, pois isto seria, como se diz comumente, “o fim da picada”.
Vamos ver o que nos será apresentado neste segundo turno de eleições, especialmente a presidencial, esperando e desejando que com seus métodos científicos, perguntas objetivas, bons entrevistadores que não sejam e nem queiram ser enganados pelos entrevistados e, principalmente retratem com fidelidade o momento que cada candidato vive, sem tendência ou vontade em agradar quem quer que seja.
Isto sim é ser bom entrevistador, ser científico e, sobretudo, ético, de modo que os cidadãos brasileiros, passados os períodos de pesquisas eleitorais não precisem cantar aquele famoso refrão: “apesar de você ...”.
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EM TEMPO: Mesmo com as atenções voltadas para as eleições não se pode deixar de registrar que os juízes e promotores, por aprovação de seus Conselhos, baseados na liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, passarão a receber a título de auxilio moradia a importância de R$ 4.337,73 mensais, o que resultará em custo de R$ 1 bilhão por ano.
Oremos !
Um comentário:
Doutor Brasilino este é mais um dos bons artigos que você faz.
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