Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini |
Três dias depois da abertura das urnas, o Banco Central decidiu elevar a taxa de juros para tentar conter uma taxa de inflação que Dilma Rousseff passou toda campanha dizendo que estava sob controle. A decisão do BC marca o encerramento da temporada do esconde-esconde eleitoral.
O governo se autoimpôs uma meta de inflação de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos. Sob Dilma, o índice sempre roçou o teto da meta, que é de 6,5%. Hoje, a inflação acumulada nos últimos 12 meses soma 6,75% —acima, portanto, do pé-direito.
O comunicado oficial não deixa dúvidas. Os juros subiram de 11% para 11,25% porque a situação econômica deterirou-se além do desejável desde 3 de setembro, data do último encontro da diretoria do BC.
“…Desde a última reunião, entre os outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável. À vista disso, o comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016”, anota o documento.
Dilma reelegeu-se sem dizer ao eleitor o que faria para enfrentar problemas como o crescimento econômico medíocre, o déficit nas contas externas, a deterioração fiscal, a dívida crescente, os juros em alta, os investimentos em queda e as tarifas represadas. Chegou a hora de esclarecer que aquele Brasil fabuloso do horário eleitoral não existe.
As novidades serão informadas aos brasileiros em conta-gotas, de modo a evitar a sensação de estelionato eleitoral. As providências mais azedas virão em 2015.
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