O dia do maçom remonta a 20 de agosto de 1822, em alusão ao movimento de maçons brasileiros, principalmente de Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva, que objetivava a independência do Brasil de Portugal
Em 17 de junho 1822 foi fundado o Grande Oriente do Brasil, tendo como líderes José Bonifácio e Joaquim Gonçalves Ledo, com nítida intenção de fortificar o movimento pela independência do país. Bonifácio, adepto da Monarquia; Ledo, adepto da independência republicana.
Como sabido, o Grande Oriente do Brasil foi constituído pela união de três Lojas maçônicas do Rio de Janeiro – a Comercio e Artes na Idade do Ouro e mais a União e Tranquilidade e a Esperança de Niterói, resultantes da divisão da primeira.
Diante do momento histórico-social vivenciado é unânime o entendimento de que a história do Grande Oriente do Brasil, ou melhor, sua construção, está intimamente ligada à própria Independência do país.
Assim, o dia 20 de agosto tornou-se um símbolo da luta maçônica em favor do povo brasileiro e foi escolhido nacionalmente como dia do Maçom em referência à data em que a independência do Brasil fora “proclamada” por Gonçalves Ledo, em reunião da Loja Maçônica Arte e Comércio, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1822. Símbolo maior das atividades que culminaram na oficial Independência de nosso país.
Segundo José Castellani, historiador maçom: “… No dia 20 de agosto, em sessão do Grande Oriente, com Ledo na presidência, D. Pedro era aclamado Imperador do Brasil, tendo sido, essa sessão, a Verdadeira proclamação da Independência, feita pela Maçonaria Brasileira, doa a quem doer…”
Ainda, segundo narrativa de Castellani: “A Independência do Brasil era a meta específica dos fundadores do Grande Oriente e logo todos eles dedicaram- -se a consegui-la, embora o processo emancipador, nos meios maçônicos já tivesse sido iniciado antes de 17 de junho de 1822. Na realidade, o primeiro passo oficial dos Maçons, nesse sentido, foi o Fico, de 9 de janeiro, o qual representou uma desobediência aos decretos 124 e 125, emanados das Cortes Gerais portuguesas e que exigiam o imediato retorno do príncipe a Portugal, [...].”
Em linha com essa afirmação, autores profanos como Rubim Santos Leão De Aquino, em “Sociedade Brasileira: Uma história através dos movimentos sociais”, Francisco Adolfo Varnhagem, em “História da Independência do Brasil”, Pedro Calmom em “História Social do Brasil”, se refere claramente à ação da Maçonaria na Independência como um acontecimento histórico. De igual modo Sérgio Corrêa da Costa relata a importância e a influencia da maçonaria na vida de D. Pedro I.
No mesmo sentido, nas palavras de Gustavo Barroso, em seu livro “História Secreta do Brasil”: “A Independência do Brasil foi realizada à sombra da Acácia, cujas raízes preparam o terreno para isso. É o que a documentação histórica nos ensina e prova.”
(…)
“Rio Branco”, anotando Varnhagen, “diz que a independência já fora proclamada pela maçonaria na sessão de 20 de agosto, em assembléia geral do povo maçônico, reunidas na sede do Apostolado as três lojas metropolitanas, sob a presidência de Gonçalves Ledo. Não se sabe, ao certo, que papéis o futuro Imperador recebeu naquela ocasião. Ninguém os leu. Diz-se somente que eram as aludidas notícias.”
Dessa forma, o dia 20 de agosto nos relembra o início do processo de independência do nosso país planejado dentro dos Templos maçônicos, que iria ser concretizado no dia 7 de setembro do mesmo ano.
Dentro desse contexto, importante ressaltar que o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil foi José Bonifácio e seu primeiro ato foi iniciar Pedro I, fazendo-o galgar os graus maçônicos em apenas um dia e, logo depois da proclamação da Independência, D. Pedro foi empossado como novo Grão-Mestre da Obediência.
Logo, a data de 20 de agosto destaca a luta permanente da instituição maçônica em favor de valores fundamentais da sociedade, como a liberdade. É o marco do início da construção do processo democrático do País. Pois foram os maçons brasileiros que trouxeram para o Brasil o grito da liberdade.
Nesse episódio dois grandes nomes da Maçonaria brasileira – como narrado linhas acima – influenciaram direta e pessoalmente o Imperador D. Pedro I: José Bonifácio de Andrada e Joaquim Gonçalves Ledo. Ambos podem ser considerados próceres de nossa Independência, ainda que entre eles houvesse grande divergência de ideais (o que é perfeitamente aceito e estimulado dentro dos Templos maçônicos por intermédio da tolerância, desde obedecidos os landmarks da Franco-Maçonaria).
Assim, diante desse fato histórico, é possível afirmar que a independência do Brasil nasceu do sonho e do ideal de maçons. A história da maçonaria universal e da Maçonaria no Brasil é repleta de episódios, de compromisso com a Pátria, com a liberdade e com a fraternidade.
Tanto é assim que a Maçonaria está presente em praticamente cada cidade brasileira, através de lojas, de Irmãos, ou oficinas comprometidas com a vida da comunidade.
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