quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Champanhe de 200 anos achado no fundo do mar ainda pode ser bebido



Um navio cargueiro naufragou no mar Báltico próximo a uma ilha chamada Silverskär, na Finlândia. A data exata do naufrágio é um mistério, mas sabe-se que foi no século XIX, depois do ano de 1820.

O navio tinha como destino o palácio do czar russo Alexandre II e estava carregado de produtos finos para a sua cozinha, como especiarias, uvas, garrafas de cerveja e muitas garrafas de champanhe.

O fato é que o tempo passou e pouco se falou sobre esse naufrágio. O acidente não mereceu grandes registros — até porque, de todos os males que a família real russa sofreu, ficar sem sua comida luxuosa foi o menor deles.

Mais de um século depois, o motorista Christian Ekstrom viu-se diante da encomenda do czar — e, para a surpresa dele, ele ainda poderia aproveitá-la.

Mergulhador encontrou o champanhe que era para o czar russo


O finlandês Christian Ekstrom trabalhava como motorista, mas tinha o mergulho como paixão. Em 2010, ao mergulhar nas águas do Mar Báltico, ele se deparou com os destroços do navio naufragado no século XIX.

Ao vasculhar o seu interior, ele encontrou 168 garrafas de champanhe intactas — e pegou algumas delas para experimentar, obviamente. Ao chegar em terra firme, ele convidou alguns amigos para “tomar água do mar” com ele, já que aquelas bebidas só poderiam estar estragadas. Não estavam.

Foi então que Christian percebeu que havia encontrado uma adega valiosíssima. A temperatura de cerca de quatro graus e a falta de luz preservaram a bebida. Além disso, a pressão da água impediu que as rolhas saltassem das garrafas. Sendo assim, as garrafas que não quebraram com o acidente preservaram o champanhe perfeitamente.

Especialistas confirmaram a qualidade da bebida


Bebidas finas, como vinhos, champanhes e uísques, precisam ter a sua origem certificada. Dessa forma, evitam-se fraudes. Sabendo que havia encontrado um tesouro, Christian precisava que alguém com credibilidade atestasse a veracidade do seu achado.

No começo, ninguém deu muita atenção à descoberta. Mas representantes da Veuve Clicquot aceitaram participar de uma degustação, além de trocarem as rolhas de algumas garrafas que estavam danificadas. As rolhas antigas indicavam que algumas daquelas bebidas eram da Clicquot.

Os representantes da marca confirmaram que se tratavam de bebidas verdadeiras engarrafadas em 1820 e ficaram envelhecendo antes de serem enviadas à Rússia. “Tinha um aroma potente, mas agradável, notas de frutas secas e tabaco, assim como uma notável acidez”, teria dito o empresário e especialista em vinho Jean-Herve Chiquet ao The New York Times.

Na época, especialistas afirmaram que as garrafas poderiam custar até US$ 70 mil. Contudo, o mergulhador que encontrou o tesouro teve de abrir mão da propriedade das garrafas de champanhe. A lei finlandesa afirma que qualquer coisa achada no mar e que tenha mais de 100 anos pertence ao governo do país.

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