segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Bolsonaro valoriza feito de Lula ao tirar casquinha da repatriação



O segredo da eficiência é ter um bom planejamento e um bom resultado. O êxito é maior quando planejamento e resultado ficam bem próximos um do outro. Foi o que ocorreu no caso da repatriação dos brasileiros que fugiram da guerra Israel-Hamas.

No dia 7 de outubro, quando o Hamas furou a segurança de Israel, o governo brasileiro inaugurou um gabinete de crise. Nele, deram as cartas o Itamaraty e a FAB. O primeiro avião decolou de Brasília em 10 de outubro, apenas três dias depois do ataque terrorista que detonou a guerra.

Decorridos 34 dias, realizaram-se 10 voos. O último avião decolou na manhã desta segunda-feira, trazendo do Cairo 32 pessoas retiradas da Faixa de Gaza. Chegarão a Brasília às 23h30. No total, foram repatriadas 1.477 pessoas. São 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana. Vieram junto 53 animais domésticos.

Ao tentar tirar casquinha do êxito, mentindo sobre uma influência que não teve na abertura da tranca de Gaza, Bolsonaro valorizou o feito da gestão Lula. Os vacinados contra politicagem ainda se recordam do drama dos 34 brasileiros que estavam na China durante a explosão da pandemia de Covid, em 2020.

Bolsonaro foi contra a repatriação. Alegou dificuldades de logística, falta de verba, ausência de autorização do Congresso, inexistência de previsão legal para a quarentena e risco de infecção: "Se lá [na China] temos algumas dezenas de vidas, aqui temos 210 milhões de brasileiros."

Bolsonaro só voltou atrás depois que o resgate dos nacionais virou uma causa patriótica nas redes sociais.

Ironicamente, brilharam na repatriação duas das corporações mais aviltadas sob Bolsonaro: a diplomacia e os militares. Ficou entendido que a melhor maneira de estimular o patriotismo é melhorar a pátria. Algo que se faz com trabalho sério.

Nenhum comentário: