sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Capitão faz do Planalto puxadinho do DOI-Codi


Resultado de imagem para Bolsonaro e Ustra

Jair Bolsonaro voltou a qualificar de herói o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. É preciso respeitar pelo menos a historiografia. O coronel Brilhante Ustra comandou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974. Nesse período foram esquadrinhadas e desmontadas as principais organizações esquerdistas envolvidas com a luta armada. Houve algo como 500 denúncias de torturas praticadas no pedaço do porão controlado pelo "herói". Há condenação.

Em 2013, muito a contragosto, Ustra prestou depoimento à Comissão da Verdade. Ele mais calou do que declarou. Mas teve a oportunidade de afirmar a certa altura: "Quem deveria estar aqui é o Exército brasileiro. Não eu". Foi como se o torturador declarasse, com outras palavras: "Eu cumpria ordens". Esses são os fatos.

Ao chamar Ustra de herói na sessão em que a Câmara abriu processo de impeachment contra Dilma Rousseff, Bolsonaro revelou-se um parlamentar de opinião lamentável. Ao reiterar o elogio com a faixa de presidente no peito, o capitão Bolsonaro transforma o Palácio do Planalto num puxadinho do DOI-Codi. Isso não pode ser tratado como algo normal.

Nenhum comentário: