terça-feira, 14 de março de 2017

LÍDER DO PT INSINUA QUE 'NÃO SABE', AFINAL, O QUE É CORRUPÇÃO



O líder do PT da Câmara, Carlos Zarattini (SP), acha que o Congresso deve discutir "uma nova lei" que defina "de forma clara" o que pode ser enquadrado como corrupção em doações para campanhas eleitorais. O petista se disse preocupado com a "criminalização da atividade política" e afirmou que a ação parlamentar está sendo prejudicada porque em tempos de Operação Lava Jato "tudo está sendo considerado crime". "Temos de ter uma legislação que defina claramente essa situação", afirmou nesta segunda-feira (13).

Zarattini disse que é preciso examinar a origem do recurso, que eventualmente pode ser baseada em corrupção, seja para caixa 1 ou 2. Ele, no entanto, ressaltou que é lícito o parlamentar defender interesses de setores econômicos por convicção. "Para nós é necessário que haja provas", ponderou.

O petista disse que a nova legislação poderia entrar na Reforma Política ou no projeto que regulamenta o lobby, em tramitação há 10 anos. A proposta foi aprovada no ano passado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está pronta para ser votada no plenário. "Essa nova legislação que tem que ser o parâmetro para o futuro. A partir dessa legislação é que se vai fazer uma análise do passado. Ela tem de ser definidora do que é crime, do que não é crime, do que é crime eleitoral ou penal", afirmou.

O líder do PT negou que sua proposta represente anistia. "Não estou propondo anistiar absolutamente nada", emendou.

'Suspeita generalizada'

O petista considera que este é o momento de discutir a questão porque "a forma como está caminhando a coisa, toda relação entre o setor público e privado é criminalizado". "Ou seja, qualquer doação hoje de uma empresa que esteja investigada na Lava Jato, qualquer político, já é considerado crime e não necessariamente é", completou. Para Zarattini, a forma com que a operação está evoluindo leva a história política dos últimos anos a uma situação de "terra arrasada" e de "suspeita generalizada" da classe.

Questionado sobre a situação do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o deputado disse que não é recomendado o peemedebista continuar no cargo. Ele disse que é preciso que Padilha explique os recursos recebidos e denunciados por delatores.

Sobre a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Zarattini prevê a paralisação dos trabalhos no Congresso, inclusive a reforma da Previdência.

O petista também chamou de "mandracaria" as tentativas políticas de separar as contas eleitorais da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer para beneficiar o peemedebista.

Diário do Poder

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