Ah, a Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo, está de volta. E, como sempre, fazendo o esforço máximo para, em decorrência da greve, prejudicar o maior número possível de alunos pobres. Há uma semana, a entidade decretou uma paralisação cobrando, imaginem vocês!, reajuste de 75%, o que é, obviamente, um delírio. A independência dessa turma se mede pela data em que decidiu realizar a sua assembleia: 13 de março! No mesmo local e hora em que o PT e a CUT — de que a Apeoesp serve de esbirro — organizavam uma manifestação de apoio a Dilma.
A Apeoesp fala em uma adesão de 60%, o que é, evidentemente, uma cascata. O governo diz que o índice de falta dos professores tem sido de 2,5%, que é considerado, infelizmente, normal. Os membros da categoria estão entre os que mais faltam ao trabalho. Mas nem vou entrar nisso agora.
É evidente que aquele que entra numa negociação salarial cobrando 75% de reajuste está investindo na greve, não na negociação. À Folha, o secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald, afirmou ter apresentado ao sindicato a intenção de, a partir do mês que vem, elaborar um plano de reajustes para os próximos quatro anos, com base no desempenho econômico e na arrecadação do Estado. ‘Todos tinham concordado. Fui surpreendido pela deflagração da greve.’ A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, nega.
Maria Isabel nega, é? Essa moça é complicada. Em março de 2010, já de olho na campanha presidencial, Bebel tentou deflagrar uma greve em São Paulo. Num dos discursos, afirmou: “Esse senhor [José Serra, então governador] não vai ser presidente do Brasil. Estamos aqui para quebrar a espinha dorsal desse partido e desse governador”. Depois disso, foi se encontrar com a candidata Dilma. A greve de 2010 terminou com Bebel debaixo de uma chuva de ovos.
Os petistas — e Bebel é um deles — não entenderam mesmo nada! Ainda não se deram conta de que a população já está com o saco cheio de ser usada como massa de manobra da luta política e de um partido. É claro que me refiro ao PT, ao qual Bebel é filiada. Aliás, ela já teve a chance de se submeter ao escrutínio popular: obteve 100 votos como candidata a vereadora da cidade de Águas de São Pedro, o segundo menor município do país, com cerca de 3 mil habitantes. Vencer a eleição na Apeoesp, ancorada no PT, tem sido mais fácil.
Os professores, mais uma vez, estão dizendo “não” à manipulação política de um sindicato que é mera franja de um partido. E a população de São Paulo constata, de novo!, o mal que lhe faz uma legenda que não tem compromisso com a educação, embora a sua filiada mais famosa do momento queira liderar a “Pátria Educadora”.
Por Reinaldo Azevedo
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