segunda-feira, 16 de março de 2015

Juiz Moro diz ser ‘assustador’ que Duque continue a receber propinas mesmo depois de deflagrada a Lava-Jato



Ao decretar a prisão preventiva do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, classificou de "assustador" o fato de ele continuar a receber propinas mesmo depois de deflagrada a Operação Lava-Jato, em março do ano passado. Segundo o juiz, o empresário Shinko Nakandakari, outro intermediador de propinas nos contratos da Petrobras, disse em seu depoimento de delação premiada que intermediou o pagamento de propinas da empreiteira Galvão Engenharia a Renato Duque e Pedro Barusco, ex-gerente da estatal. Shinko declarou que pagou pelo menos R$ 1 milhão em espécie a Renato Duque.

"O mais assustador é que Shinko confessou o pagamento de propinas ainda no segundo semestre de 2014, quando a Operação Lava-Jato já havia ganho notoriedade na imprensa. Indagado, admitiu que, mesmo com a notoriedade da investigação, nem ele ou a empreiteira sentiram-se tolhidos em persistir no pagamento de propinas, o que também parece ser o caso de Renato Duque, já que realizou operação de lavagem em 2014, já durante o curso das investigações", diz trecho do parecer da decisão de Sérgio Moro.
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Juiz Federal  Sergio Fernando Mouro
Moro diz que, sem a preventiva, Duque pode continuar com novos atos de lavagem de dinheiro, frustrando a inciativa das autoridades em recuperar os ativos desviados por ele. O juiz lembra que já foi possível a recuperação de ativos do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, com a recuperação de US$ 97 milhões, assim como a recuperação dos valores com Paulo Roberto Costa, como "fruto do trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e do Ministério da Justiça".



O Globo

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