quarta-feira, 25 de março de 2015

FHC participará de grupo em defesa de opositores presos na Venezuela


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 83, durante entrevista em seu escritório, no iFHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 83, durante entrevista em seu escritório, no iFHC

Felipe González, ex-premiê espanhol, telefonou a Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, para convidá-lo a um grupo que irá defender os opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma.

A informação foi confirmada à Folha pela Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso, que ademais afirmou que o político brasileiro aceitou o convite de González e juntou-se ao grupo. Ainda não há uma viagem planejada à Venezuela.

Uma fonte próxima a González confirmou também à reportagem que as conversas estão encaminhadas e que o político espanhol monta sua equipe para a defesa dos opositores. Diversas figuras de alto escalão foram sondadas, incluindo FHC e Ricardo Lagos, ex-presidente chileno.

Em nota oficial, FHC havia elogiado o gesto de González. "Já passou da hora de as vozes democráticas e especialmente os governos democráticos da América Latina protestarem contra os abusos praticados pelo governo da Venezuela", disse.

O Brasil faz parte de um grupo criado pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para mediar a crise entre governo e oposição.

A decisão de González foi noticiada pelo jornal espanhol "El País" na segunda (23). López está preso há mais de um ano. Ledezma, desde fevereiro deste ano.

Em entrevista à mídia espanhola, González afirmou que é necessário haver um diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela e, para tal, "não se pode deter representantes políticos".

González afirmou que seu objetivo é a liberdade dos presos. Segundo declarações à imprensa, ele auxiliará na defesa de López e participará das audiências prévias de seu caso. O convite a Cardoso foi feito para formar um grupo de apoio de líderes latino-americanos.

Deputados chavistas responderam às declarações de González acusando o espanhol de "ingerência". Dário Vivas, deputado da Assembleia Nacional, criticou que "setores da política espanhola peçam impunidade a López e Ledezma", de acordo com o jornal "El País".

A oposição venezuelana, por sua vez, aplaudiu o anúncio de González. Henrique Capriles, duas vezes candidato presidencial e atual governador do Estado de Miranda, parabenizou a decisão e afirmou ter relação de amizade com o espanhol.

Folha Mundo

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