Adriana Vandoni
O discurso de Dilma hoje na abertura do 68º Assembleia Geral da ONU certamente não foi redigido sob orientação do Itamaraty. Foi um discurso para ser usado em programa eleitoral e deve ter sido redigido por sua assessoria de marketing. Foi fraco, provinciano e fora da agenda internacional adotada para esta edição da Assembleia. Tanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que abriu a Assembleia, quanto Obama, que falou depois de Dilma, discursaram pela paz mundial e pelo controle de armas químicas, temas pré-determinados para a Assembleia.
A espionagem internacional abordada por Dilma é um tema grave que deve ser tratado na ONU, mas não se faz um discurso desses sem antes articular com outros países. Porque digo que o discurso foi provinciano? Justamente porque na hora que era para articular a agenda da Assembleia, na reunião ocorrida semana passada em Genebra, o governo brasileiro mandou uma estagiária representando o país.
O que vai acontecer com o discurso de Dilma? Vai cair no vazio. Mas vai ser usado em seus programas eleitorais em 2014, como se ela fosse uma grande estadista que desafiou o império norte-americano.
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