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A presidente Dilma Rousseff não conseguiu se livrar das vaias em seu discurso na Marcha dos Prefeitos, nesta quarta-feira, em Brasília. Dilma falou por 20 minutos e anunciou a liberação de 3 bilhões de reais aos municípios – metade será paga em agosto, e a outra metade em abril de 2014 -, mas não tocou na principal reivindicação dos prefeitos, a elevação de pelo menos 1% no valor repassado por meio do FPM, o Fundo de Participação aos Municípios.
Dilma também prometeu elevar o valor repassado pelo governo federal às prefeituras para a manutenção dos serviços de saúde. O acréscimo deverá ser de 600 milhões de reais ao ano.
“O Brasil só pode ir para frente, avançar mais, se estivermos juntos. Para nós estarmos juntos eu acho que é preciso uma federação forte”, disse a presidente, numa tentativa de aproximação com os prefeitos. Ela também defendeu a contratação emergencial de 10.000 médicos brasileiros e estrangeiros e disse que é impossível resolver os problemas de forma imediata: "Vocês sabem que não tem milagre na gestão pública”.
Dilma mencionou investimentos de 5 bilhões de reais no Sistema Único de Saúde (SUS) e a garantia de que todos os municípios com menos de 50.000 habitantes terão acesso ao programa Minha Casa, Minha Vida.
Ao longo da fala, conforme foi ficando claro que Dilma não iria abordar os temas mais sensíveis aos prefeitos, como uma elevação do FPM e uma compensação para os municípios que perdem receita com as desonerações anunciadas pelo governo federal, a plateia perdeu a paciência. No fim do discurso, a voz de Dilma foi abafada pelos gritos de “FPM”. Ela encerrou o pronunciamento e deixou o palanque sob vaias e gritos de insatisfação.
Salário - O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, também foi vaiado ao tentar discursar para os prefeitos após a fala de Dilma. “Parece que nós estamos numa manada irracional, ninguém é capaz de raciocinar”, disse ele, que prosseguiu criticando as vaias a Dilma. “Para que vaiar? O que tu arrumas com isso?”.
Dilma também ouviu cobranças de Ziulkoski. Ele se queixou das desonerações tributárias feitas pelo governo federal que afetam os municípios, e também pediu que o Congresso congele os salários dos parlamentares até 2015, para evitar o efeito cascata nas Câmaras Municipais.
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