terça-feira, 5 de abril de 2011

PF encontra elo do mensalão com campanha de Lula

* PF encontra elo do mensalão com campanha de Lula
* Foi à mesa do procurador-geral Gurgel um novo relatório
* Preparou-o a PF, por ordem de Joaquim Barbosa, do STF
* Documento ratifica origem pública da verba do escândalo
* Texto traz os nomes de novos beneficiários dos repasses
* Entre eles, Fred Godoy, ex-segurança do candidato Lula


A reprodução acima é o pedaço de um documento que pousou sobre a mesa do procurador-geral da República Roberto Gurgel. Tem 332 páginas. Redigiu-as a Polícia Federal, por ordem do ministro Joaquim Barbosa, do STF. O conteúdo vem à luz nas páginas da revista Época.

Em novembro de 2010, ao sair de um café da manhã no Palácio da Alvorada, José Dirceu disse que, fora da Presidência, Lula se dedicaria a desmontar “a farsa do mensalão”.

Detectou-se a emissão de um cheque da R$ 98,5 mil da SMP&B, agência publicitária da qual Valério era sócio, em favor de Freud Godoy. Coisa de 21 de janeiro de 2003. Inquirido pela PF, o beneficiário disse que o dinheiro pagou serviços de segurança que prestara à campanha Lula-2002 (veja abaixo).


Desde o depoimento em que Duda Mendonça, ex-marqueteiro de Lula, admitiu à CPI do Senado ter recebido valerianas no exterior, é a primeira vez que se estabelece um elo indubitável entre as verbas sujas do mensalão e as arcas eleitorais de Lula.
 

O grosso das verbas do mensalão, diz a PF proveio do setor público. As empresas de Valério receberam do governo Lula cerca de R$ 350 milhões. Desse total, R$ 68 milhões foram providos pelo fundo Visanet. Dinheiro liberado pelo Banco do Brasil. Veio daí, repisa a PF, a maior parte do dinheiro que financiou o esquema (confira no texto acima).

Ficou subentendido que, se Daniel Dantas abrisse os bolsos, asseguraria o apoio do governo na pendenga societária que arrostava. Dantas disse à PF que se recusou a pagar. Porém, dois anos depois, informa o relatório, a Brasil Telecom, ainda subordinada a Dantas, firmou um par de contratos com a SMP&B e a DNA, agências de Valério. No toral, R$ 50 milhões.


Sobrevieram a entrevista de Jefferson e o escândalo. Valério havia recebido, então, apenas R$ 3,6 milhões relativos aos contratos que celebrara com Dantas. Ficou nisso. Em seu relatório, a PF não deixa dúvidas quanto à natureza dos acertos. Era “fachada” para a “distribuição de recursos" (confira acima).

A Pimentel atribui-se o recebimento de R$ 247 mil. Coisa de 12 de agosto de 2004, época em que o agora ministro disputava a prefeitura de Belo Horizonte. O cheque foi às mãos de Rodirgo Barroso, que assessorava Pimentel na campanha. Inquirido, recusou-se a dar explicações. A PF anota que há fortes indícios de que as arcas eleitorais de Pimentel foram irrigadas pelo valerioduto. Procurado, o ministro disse que não se pronunciaria sem conhecer o relatório.



Por Josias de Souza - Aqui.

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