quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Irã executa mulher ex-amante de jogador de futebol

BBC Brasil

A ex-amante de um famoso jogador de futebol do Irã foi executada na manhã desta quarta-feira em Teerã, apesar de apelos internacionais por clemência. Shala Jahed foi enforcada ao amanhecer no pátio da prisão de Evin. Ela tinha sido condenada por matar a facadas a muher do jogador Nasser Mohamed Khani, há nove anos.

Shala Jahed tinha chegado a confessar o assassinato, mas depois voltou atrás. Na terça-feira, o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que havia provas consideravelmente boas de que ela tinha sido condenada erradamente.

'Esposa temporária'

Jahed era considerada uma "esposa temporária" do jogador. Autorizado pela lei iraniana, um casamento temporário pode durar de alguns dias a alguns anos, desde que o marido arque com as despesas da mulher. A união pode, em seguida, ser anulada ou renovada.

Críticos do regime qualificam o casamento temporário como uma forma de "prostituição legalizada"

No Irã, homens podem ter até quatro esposas permanentes e quantas temporárias desejarem. Já as mulheres podem se casar apenas com um homem.

Após ser presa, Jahed passou um ano se recusando a falar com as autoridades. Várias vezes durante esse período ela foi mantida na solitária.

Na época, Mohammadkhani também chegou a ser preso por cumplicidade --já que estava na Alemanha no dia do crime--, mas foi liberado após autoridades afirmarem que Jahed havia confessado ter cometido o crime sozinha.

Quando a iraniana resolveu falar, ela fez um protesto durante seu julgamento, que foi aberto ao público: "Se querem me matar, vão em frente. Se me mandarem de volta (à prisão), vou confessar não apenas a morte de Saharkhizan, mas também a de pessoas que foram mortas por outros."

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