"Quando eu deixar a Presidência, vou continuar morando no mesmo apartamento, na mesma distância do sindicato que me projetou para a política e das empresas em que fiz as greves mais maravilhosas do País". (Lula, chorando, na festa de 1 de Maio promovida pela CUT).
Em um discurso emotivo, inclusive com choro, para cerca de 3 mil pessoas na festa de 1º de Maio da CUT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que fará seu sucessor e chorou ao dizer que sente a sensação de "missão cumprida" porque poderá cumprimentar trabalhadores na rua após deixar o cargo em 2011.
Mais uma vez, o presidente foi cauteloso e não citou o nome da pré-candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff. Lula, porém, foi interrompido por gritos de "Dilma! Dilma!" duas vezes ao falar sobre o futuro governo.
- O maior legado que eu vou deixar para esse país não é eleger a pessoa que vai me suceder, (o que) farei com muito orgulho - disse Lula, que rapidamente emendou, para amenizar o tom:
- Ainda não sabemos quem é nem quando vai ser, mas faremos com muito orgulho.
Em seguida, o presidente discursou sobre o legado que considera mais importante, que é o "despertar político do povo". E voltou a fazer alusão indireta a Dilma, que estava no palco, mas fez um discurso mais simples antes dele.
- Quem vier depois de mim vai ter que trabalhar muito mais porque o povo aprendeu a cobrar. Eu tenho consciência do que vai acontecer neste país, tenho consciência. Eu sei que a legislação não me permite falar em candidatos porque só depois de junho... - disse Lula, que foi interrompido por gritos de aclamação por Dilma.
Isso ocorreu outra vez minutos depois, quando o presidente pediu para ser convidado para a festa de 1º de Maio de 2011:
-Se for alguém ruim (na Presidência), a gente vem aqui meter o pau. Se for alguém bom, a gente vem aqui ajudar e acompanhar - disse Lula, outra vez levantando gritos do nome de Dilma na plateia.
Lula se emocionou e chorou ao declarar que voltará a morar em seu apartamento em São Bernardo do Campo após deixar a Presidência.
- O que mais vai me dar orgulho é poder acordar de manhã, encontrar qualquer trabalhador e poder dizer para ele: "Bom dia companheiro" - disse o presidente, que fez uma pausa para enxugar as lágrimas. E completou: - Eu cumpro.
A festa da CUT custou R$ 1,3 milhão e contou com R$ 950 mil de patrocínio da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Eletobras e BNDES. O patrocínio da Infraero não estava divulgado nos banners. Vídeos institucionais das estatais foram exibidos no telão do evento.
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