Josias de Souza
Sob patrocínio estatal e com a presença de Lula, o 1º de Maio de 2010 converteu-se em ato de campanha da presidenciável Dilma Rousseff.
Não houve nem mesmo a preocupação de disimular. Lula abriu o jogo já no primeiro ato a que compareceu, o da Força Sindical.
Como que antevendo uma nova representação de seus opositores na Justiça Eleitoral, o presidente deu de ombros:
"Alguns vão dizer agora que é político, porque eu vim. Mas nos sete que eu não vim e que os outros vieram não foi político”, discursou Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva.
A certa altura, fez menção indireta a Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff:
“Eu quero que quem vier depois de mim, e vocês sabem quem eu quero, saiba que tem que fazer mais e tem que fazer melhor".
A candidata discursara antes. Cuidara de listar os “feitos” da gestão de seu patrono. Anunciara um futuro ainda mais alvissareiro:
"O que vem por aí é mais riqueza... O que vem por ai é um Brasil cada vez melhor".
Fechado com Dilma, o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da central anfitriã, desdenhou das críticas ao patrocínio estatal.
"Nós achamos normal o patrocínio. Eles [as estatais] sempre patrocinaram durante os 13 anos da festa", disse Paulinho aos repórteres.
Depois, em discurso, fustigou o ausente presidenciável tucano José Serra:
"A imprensa já diz que estamos fazendo política. Nós deveríamos fazer mesmo. Nós convidamos o governador José Serra...”
“...Não veio porque não gosta dos trabalhadores. Esse sujeito que não gosta de trabalhador não pode ser candidato".
Paulinho tentou puxar um coro. Entoou: "Olé, olé, olá, Dilma." Não encontrou muito eco na audiência.
Lula aproveitou o palco para degustar o quindim Time, a revista norte-americana que o incluiu na lista de 25 lideranças mais influentes do mundo:
"Eu fico feliz quando a revista Time diz que eu sou a pessoa mais influente do mundo...”
Fico feliz “...porque a elite brasileira dizia que eu não tinha competência para governar..."
“...A elite dizia que eu não falava inglês, mas meu coração pensa brasileiro, meu coração pensa o povo brasileiro".
Desde que chegou ao Planalto, em 2003, esta é a primeira vez que Lula comparece aos festejos do Dia do Trabalhador.
Até o final do sábado, terá comparecido, junto com Dilma, a quatro panelanças político-sindicais.
A dupla fecha o dia em São Bernardo, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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