domingo, 25 de abril de 2010

A bolsa catástrofe

por Guilherme Fiuza


O Brasil não precisa mais se preocupar em defender a bomba atômica clandestina do Irã. Ela deverá ficar pronta em cinco anos, como estimam os técnicos do setor, mas não terá o efeito desejado.

Pelo que se vê ao redor do planeta, será em vão todo o esforço de Lula, Celso Amorim, Top Garcia e sua turma para que o tarado atômico iraniano possa brincar de explodir o mundo em paz. A bomba de Ahmadinejad está prestes a cair no esquecimento.

A concorrência está se tornando desleal. Ao lado da incrível sucessão de terremotos, atualmente em temporada na China, e dos dilúvios no Brasil – depois de São Paulo e Rio, o ressecado Nordeste ficou debaixo d’água –, a Europa parou. A erupção de um vulcão na Islândia turvou a atmosfera do continente. A al-Qaeda está morrendo de ciúmes.

Os ecologistas e os terroristas estão em maus lençóis. A fúria autodestrutiva da Terra está dizimando os argumentos contra o capitalismo e a civilização ocidental.

E logo agora que o Brasil se preparava para ficar no centro do mundo, como advogado do apocalipse iraniano. Estava dando tudo certo: um ministro de Lula vestia Mahmoud Ahmadinejad com a camisa da seleção brasileira, no momento em que o ditador amigo prenunciava em público a derrubada de Barack Obama. De sobremesa, o vice de Lula envernizava o barraco nuclear, chamando carinhosamente a bomba do Irã de “artefato pacífico”.

Desgraçadamente, a urdidura desta tragicomédia diplomática morrerá na praia. A não ser que Lula e Ahmadinejad consigam estatizar os vulcões e os terremotos. Do contrário, acabarão, lamentavelmente, rosnando sozinhos.

Com o planeta se desmilingüindo desse jeito, quem vai dar atenção à bomba da paz?

As provas de que a humanidade não está nem aí para a bravata xiita-bolivariana já saltam aos olhos. O premiado diretor de “Avatar” foi visto se arrastando numa passeata em Brasília, discutindo usina hidrelétrica. James Cameron protestando contra a política energética falimentar de Dilma Rousseff é o fim do mundo.

O romance radioativo Brasil-Irã, quem diria, será asfixiado pela indiferença. A bomba terá que ser melancolicamente substituída por uma bolsa-catástrofe.

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