quinta-feira, 22 de abril de 2010

Lewandowski assume TSE prometendo rigor nas eleições

Do G1

Ministro substitui Carlos Ayres Britto, que presidia tribunal desde 2008.



Justiça Eleitoral tem missão de ‘garantir vontade popular’, disse em discurso.


O ministro Ricardo Lewandowski assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (22) dizendo que não irá estimular a “judicialização da política” e defendendo a autonomia do eleitor no processo eleitoral. Ele citou Têmis, a deusa grega da Justiça, para definir a tônica de sua gestão. Em seu primeiro discurso, ele disse que o TSE vai ser rigoroso com os candidatos que descumprirem a legislação.

“Para fazer prevalecer a livre manifestação da vontade dos eleitores, a Justiça Eleitoral conta com um arsenal de medidas legais, das quais não hesitará fazer uso com o máximo rigor, em especial para coibir o financiamento ilegal de campanhas, a propaganda eleitoral indevida, o abuso do poder político ou econômico, a captação ilícita de sufrágio e as condutas vedadas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos”, afirmou.

O novo presidente do TSE tem mandato de dois anos e assume a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto, que comandava o colegiado desde 2008. Lewandowski ainda pregou a valorização do voto e do eleitor dizendo que “a legitimidade dos representantes do povo radica em eleições, cuja base é o sufrágio geral, igual, direto e secreto, que não pode sofrer qualquer restrição em termos de sexo, raça, rendimento, instrução ou ideologia”. “A missão fundamental que a nossa Constituição comete à Justiça Eleitoral é a de garantir que a vontade popular possa expressar-se da forma mais livre possível”, afirmou Lewandowski.

De acordo com a Constituição Federal, a Corte deve ser integrada por três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados escolhidos pelo STF e nomeados pelo presidente da República. Conforme a Constituição, o presidente e o vice do TSE devem ser ministros do Supremo.

Presidente

Integrante do STF desde março de 2006, o ministro Lewandowski foi juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo e desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

Formado em Ciências Políticas e Sociais e em Direito, é mestre, doutor e livre-docente em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e também Master of Arts em Relações Internacionais pela Fletcher School of Law and Diplomacy, da Tufts University, administrada em cooperação com a Harvard University, nos Estados Unidos. Também é professor Titular de Teoria do Estado da Faculdade de Direito da USP.

Dentre outras obras, escreveu o livro “Globalização, Regionalização e Soberania”. O ministro Lewandowski chegou ao TSE em junho de 2006, como ministro substituto, e se tornou membro efetivo com a renúncia do ministro Eros Grau, em maio de 2009.


Vice-presidente

A ministra Cármen Lúcia chegou ao STF em junho de 2006, tornou-se ministra substituta do TSE em abril de 2008 e efetiva em novembro de 2009. Sua carreira jurídica teve início como procuradora do Estado de Minas Gerais, tendo sido procuradora-geral do Estado no governo de Itamar Franco, professora titular de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG), membro da Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).

Ela nasceu em Montes Claros (MG) e se formou em Direito pela PUC/MG. É mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutora pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).


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