sábado, 13 de abril de 2024

União Musk-Milei reforça aliança internacional da direita jurássica


O presidente da Argentina, Javier Milei, e o bilionário Elon Musk

Em meio ao salseiro produzido por Elon Musk no Brasil, o presidente argentino Javier Milei encontrou-se com o bilionário sul-africano na fábrica de carros elétricos Tesla, no Texas. A pretexto de atrair investimentos para a Argentina, Milei ofereceu ao detrator de Alexandre de Moraes "colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o marco do conflito judicial e político no país".

A vassalagem de Milei chega dias depois de uma postagem marota da chanceler argentina Diana Mondino na rede X. A chefona da chancelaria da Argentina, hoje uma das mais prestigiadas auxiliares de Milei, anotou que suas embaixadas estão abertas à concessão de "refúgio a todos que são perseguidos por compartilhar valores de liberdade".

Qualquer criança de cinco anos é capaz de ouvir nas entrelinhas do texto de Diana Mondino a oferta de proteção diplomática aos funcionários da empresa X Brasil. Uma gente que, na ficção criada por Musk, estaria ameaçada de prisão por supostamente desatender às requisições "ilegais" do "ditador" Xandão.

A oferta de "colaboração" de Milei para influir na conjuntura jurídica e política do Brasil está situada no mesmo limbo onde repousam as reformas econômicas prometidas pelo anarco-capitalista ao povo argentino desde a campanha eleitoral que produziu a alternância de poder na Casa Rosada. Na prática, o lero-lero de Milei é tão inócuo quanto a bazófia de Musk de descumprir ordens emanadas do Supremo.

A união Musk-Milei deve ser compreendida no contexto da recessão democrática que leva ao surgimento, expansão e diversificação de espécies de dinossauros políticos que empurram o mundo para um novo Período Jurássico. Graças à premonição da maioria do eleitorado, o desastre foi adiado no Brasil.

Entretando, embora Bolsonaro tenha sido declarado inelegível, o bolsonarismo e seu arcaísmo ainda pulsam no Brasil. Os devotos do capitão enxergaram no chilique do dono de uma das plataformas mais tóxicas das redes sociais a oportunidade para prolongar o processo de subversão que corroi a democracia por dentro, substituindo as fardas e os tanques pela industrialização do ódio e da desinformação.

A volta da política à Era Mesozoica já é realidade em países como Hungria, Rússia, Polônia, Geórgia, Filipinas, Nicarágua e Venezuela. A ultradireita acaba de triunfar na Argentina. Aterroriza a Itália e a Alemanha. Avança na França. Por um triz, não prevaleceu em Portugal.

Aos pouquinhos, os dinossauros vão formatando a sua Internacional Jurássica. Numa democracia, como se sabe, o direito de se expressar livremente não inclui o direito de ser levado a sério. Mas é convém não descuidar dos ruídos.


2 comentários:

AHT disse...

Agora estou tranquilo... O Milei vai apoiar o bilionário Elon Musk nessa parada contra o STF do Brasil!

De fato, somos latino-americanos e nunca nos enganamos...

"Ai qui vergonha do Varti..."

AHT disse...

Ficção, surreal ou realidade?

A indignação em alguns contextos também pode ser expressada com humor, ironia.

O Dia Em Que A Lamparina Da Luz Nacional Apagou No Fundo Do Poço



A noite chegou. A lamparina no fundo do poço apagou. O amanhecer não chegava. O dia não surgia. A noite persistia. Não havia querosene nem fósforo. A escuridão envolvia as mentes. Todos desanimados, conformados com o fim iminente. A noite persistia, o dia teimava em não nascer. De repente, centenas de Maribondos de Fogo adentraram ao poço, fazendo um zumbido ensurdecedor. O zumbido foi gradualmente compreendido pelo Franklin Martins, exausto e frustrado, que traduziu para os seus companheiros presentes no fundo do poço o que os marimbondos de fogo estavam dizendo:

- Sarney, Sarney, você está aí com o Tiririca e o Lula?

Surpreso, o Sarney dialogou com os maribondos da sua obra:

- Tô, minha obra imortal de 93 páginas!
- Jura que vai renunciar ao Senado, Sarney?
- Não, isso não!
- Então você vai sentir as nossas ferroadas!

Sarney levou muitas ferroadas, mas não morreu, apenas agonizava.

Tiririca se atraca com Lula numa buchada de bode regada à cachaça. Horas depois, já flatulentos, Lula e Tiririca começaram a liberar gases de maneira notável, como nuncantes se ouviu e se cheirou no fundo do poço. Uma competição entre eles pela liberação de gases de maneira notável e de som mais expressivo, e os demais presentes começam a gargalhar, abandonando a tristeza que haviam sentido na iminência do fim. Graças ao Lula e Tiririca, que palhaços! A atmosfera no fundo do poço ficou tomada pelo metano expelido pelos gases, ao ponto de formar uma explosiva mistura com o oxigênio. Dito e feito, não demorou muito e o Lula derrubou uma panela sobre a outra, uma faísca, uma explosão e um clarão saiu do poço, iluminando o Brasil. O Sol, que estava adormecido, acordou com o barulho da explosão e a luz que emanava da Terra.

O dia voltou, e tudo continuou como era antes no Universo, na Terra, no Brasil. O Sol brilhava e novamente emitia radiações com suas tempestades solares. Sarney continuou presidente do Senado. Tiririca, graças à explosão no fundo do poço, estava cheio de energia, seus neurônios superativados e sábios.

Dias depois, Tiririca já era considerado um raro fenômeno. Sarney pediu a ele que escrevesse um livro, sugerindo o título “Ferroadas de Marimbondos no Autor que Não Morreu”. E assim aconteceu. Tiririca foi empossado na cadeira número 38-A. Vale mencionar que alguns membros da ABL ainda mantinham preconceitos em relação ao escritor e deputado palhaço, além do fato de que a cadeira 38, do Sarney, já pertencera a outros notáveis da literatura e, por essas razões, a cadeira para o Tiririca recebeu o número 38-A. Não bastasse isso, Mercadante, então Ministro da Ciência e Tecnologia, conseguiu na Unicamp um título de doutor para Tiririca, com a defesa da tese intitulada “A Ação Providencial de (ou do?) Lula na Geração do Gás Metano Quando o Brasil e o Mundo Estavam Sob Escuridão das Trevas”.

E Lula? Bem, ele esperava o ano de 2014 e almejava seu retorno triunfante em 2015, fazendo o que sempre fez: viajando, comendo, bebendo, discursando e liberando gases de maneira notável. Vai que o Brasil e o mundo precisem dele outra vez!

AHT
26/02/2011

PS: Em atenção ao politicamente correto, as palavras "peidar", "pum" e “o pum mais alto”, foram substituídas no texto por "liberar gases de maneira notável", e "som mais expressivo".