sexta-feira, 26 de abril de 2024

Ação de Lira contra Felipe Neto expõe contradição, sim, mas é da fascistada



Se há coisa que não combina com a militância de extrema-direita é critério, escala, grau. Sectarismos não enxergam matizes. Ou os fatos existem para servir às suas convicções ou que se danem. As milícias digitais bolsonaristas estão em polvorosa. Felipe Neto, que tem tido um comportamento exemplar em defesa da democracia e do estado de direito, participou, no dia 23, por intermédio de um vídeo, de um simpósio na Câmara cujo tema era "regulação de plataformas digitais e a urgência de uma agenda".

Num determinado momento, ao criticar a decisão de Arthur Lira (PP-AL) de retirar de tramitação o PL 2630 -- aquele que regulava as "big techs" --, afirmou:
"É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei como era o 2.630. Que foi, infelizmente, triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira. Se não tivermos o povo do nosso lado, os deputados não vão votar, a gente já sabe como funciona".

O presidente da Câmara não gostou do superlativo -- um trocadilho com "excelentíssimo" -- e anunciou em nota:
"No mesmo dia 23 de abril passado em que soube que o cidadão Felipe Neto fez comentários injuriosos, ofensivos e gratuitos ao Presidente da Câmara dos Deputados, a vítima apresentou a notícia crime à delegacia da Polícia Legislativa Federal para as providências cabíveis no âmbito criminal
Considerando que os fatos acima relatados podem configurar a prática de crimes contra a honra, ocorridos nas dependências da Câmara dos Deputados, determino a adoção das providências cabíveis, no que tange à competência dessa Polícia Legislativa".

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