quinta-feira, 11 de abril de 2024

Quase metade da Câmara (46%) se alia ao crime no caso Marielle



Por 277 votos a 129, a Câmara decidiu manter na cadeia o deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes da execução de Marielle Franco. Eram necessários 257 votos. A diferença foi de escassos 20 votos.

Abstiveram-se de votar 28 deputados. Evitaram levar a cara ao painel eletrônico 79. Numa sessão em que abstenções e ausências contaram a favor do preso, o bloco que atuou pela abertura da cela, por ação ou omissão, somou 236 deputados.

Num plenário de 513, isso equivale a 46% do total da Câmara. Significa dizer que, a pretexto de dar uma joelhada em Alexandre de Moraes e no Supremo Tribunal Federal, quase metade da Câmara abraçou o crime organizado.

Partidos da centro-direita escalaram o muro ao orientar o voto. Liberaram suas bancadas o bloco composto por União Brasil, PP, PDT, PSDB e Cidadania e o agrupamento integrado por PSD, MDB, Republicanos e Podemos.

A ultradireita representada pelo PL posicionou-se frontalmente a favor da soltura do deputado. Bolsonaro trabalhou nos bastidores pela liberação. Em viagem ao exterior, o deputado Eduardo Bolsonaro defendeu o mesmo às claras.

Legendas consideradas de esquerda orientaram o voto a favor da tranca: PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede e PSB. Juntou-se a esse grupo o Solidariedade (Veja aqui a íntegra dos votos).

Numa leitura simplificada do resultado, verifica-se que a banda da Câmara leal a Lula votou contra a libertação do deputado. A ala bolsonarista operou para abrir a cela de um dos acusados de encomendar a morte de Marielle. Para o bolsonarismo, a aversão ao Supremo e a associação ao crime rende votos no Brasil.


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