quinta-feira, 23 de março de 2023

Portugal quer “Aeronaves de Apoio Próximo”, categoria liderada pelo Embraer Super Tucano



O Conselho de Ministros de Portugal aprovou na semana passada a Proposta de Lei de Programação Militar (LPM), que estabelece o investimento público em meios e equipamentos para as forças armadas portuguesas no período entre 2023 e 2034. Nesse intervalo, Lisboa pretende gastar cerca de 5,5 bilhões de euros com material bélico.

Na lista de projetos militares divulgada por Portugal, chama a atenção o item “Aeronaves de Apoio Próximo”. Isto é, no caso, a citação de uma categoria de avião militar que pode executar ataques ao solo contra alvos que estejam próximos às forças amigas. Nesse nicho, nenhuma outra aeronave tem um currículo tão vasto como o A-29 Super Tucano da Embraer.

Embora a Força Aérea Portuguesa (FAP) ainda não tenha formulado um programa de aquisição de Aeronaves de Apoio Próximo, o Super Tucano já entraria na disputa como franco favorito.

A favor do avião brasileiro está a forte presença da Embraer em Portugal, que até montou um centro de manutenção para o Super Tucano no país, nas instalações da OGMA (subsidiária portuguesa da Embraer), em Alverca. Há também a proximidade da FAP com a empresa do Brasil no contexto do programa C-390 Millennium, que tem Lisboa como parceiro estratégico e cliente (a FAP é o primeiro comprador estrangeiro da aeronave, diga-se).

Super Tucano ainda não emplacou na Europa

Aeronave militar mais vendida pela Embraer nos últimos anos, o A-29 Super Tucano está espalhado por forças aéreas em quase todos os continentes, disponível em 15 países. A Europa, no entanto, ainda é um território inexplorado pelo turboélice de ataque e treinamento avançado fabricado no Brasil.

A Embraer iniciou a produção em série do Super Tucano em 2003; Força Aérea Brasileira comprou quase 100 unidades (Embraer)

Em 2020, a força aérea da Ucrânia confirmou o interesse no A-29 e sugeriu o avião como opção para reequipar a frota de aviões de treinamento avançado, substituindo os antigos jatos L-39 Albatroz fabricados na antiga Tchecoslováquia. A negociação com Kiev, porém, não prosperou.

A força aérea de Portugal também vem sendo apontada nos últimos anos como o provável primeiro operador do Super Tucano na Europa. Além da necessidade por aeronaves de apoio próximo, outra carência dos portugueses é por aviões de treinamento avançado, um meio indisponível no país desde 2018, quando a FAP aposentou os Dassault-Dornier AlphaJet que cumpriam essa função.

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