terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Saques feitos por motorista de Flávio foram antecedidos de depósitos de valor semelhante, o que reforça suspeita de conta de passagem


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O tempo passa, novas estranhezas vêm à luz, e vai ficando, a cada dia, mais difícil explicar a nada corriqueira movimentação financeira de Fabrício Queiroz, então motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos de Jair, o presidente eleito.

Informa a Folha:

Os maiores saques feitos em 2016 pelo policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), foram precedidos, geralmente na véspera, de depósito de valores de mesmo patamar. Essa movimentação é característica de uma conta de passagem, na qual o real destinatário do valor creditado não é o seu titular. O uso de dinheiro em espécie nas duas pontas da operação reforça esse indício.

Queiroz foi citado num relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como tendo apresentado uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão em 2016. O alerta se deve tanto ao volume como à forma com que as transações foram feitas. O documento, contudo, não é o suficiente para apontar algum ato ilegal.
(…)
O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou uma investigação criminal sigilosa com base no relatório, que cita membros do gabinete de 22 deputados estaduais — entre eles Flávio Bolsonaro.

Do total movimentado, R$ 324,8 mil se referem a saques e R$ 216,5 mil a depósitos em espécie –os demais valores são transferências identificadas, entre outras operações.

Dos 176 saques realizados pelo policial militar naquele ano, 50 foram de valores acima de R$ 2.000. Apenas um, contudo, superou os R$ 10 mil, no qual a comunicação ao Coaf é automática.

Na maioria desses casos, o saque foi precedido de um depósito em espécie de valor em patamar semelhante. Nenhum, contudo, acima dos R$ 10 mil.

Nos dias 16 e 17 de fevereiro, por exemplo, Queiroz fez três saques de R$ 5.000 cada um, totalizando R$ 15 mil. O movimento foi acompanhado de cinco depósitos em espécie feitos em sua conta entre os dias 15 e 17 de fevereiro, que somam R$ 15,3 mil.
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Comentário de Reinaldo Azevedo:

Só mesmo o ex-juiz Sérgio Moro, com sua notória isenção, não é mesmo?, para acreditar que Bolsonaro, o presidente eleito, já deu as explicações devidas no caso do repasse de R$ 24 mil de Fabrício para Michelle, futura primeira-dama…

A verdade é que, até agora, o caso só vai ficando mais, como posso dizer?, escancarado.

É possível que Queiroz, amigo pessoal de Bolsonaro Pai, tenha um esquema envolvendo nove funcionários do gabinete de Flávio sem a anuência do deputado estadual? Bem, possível é, né? Mas diga sinceramente, seja você simpático ou não ao “Mito”: dá para acreditar?

Direito, de todo modo, é matéria de convicção também, mas é preciso haver a prova: tarefa para o Ministério Público Federal e, se for o caso, a Polícia Federal.

Uma coisa é certa: os Bolsonaros não vão conseguir se livrar desse troço só na base da desconversa.

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