O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tem um encontro marcado com Raquel Dodge. Caberá a ela, na condição de procuradora-geral da República, decidir se o relatório do Coaf sobre movimentações bancárias atípicas no âmbito da Assembleia Legislativa do Rio justifica ou não o envio ao Supremo de um pedido de abertura de inquérito contra o filho mais velho de Jair Bolsonaro.
Responsável pelo controle das operações financeiras no país, o Coaf fisgou 75 assessores de duas dezenas de deputados estaduais do Rio. Juntos, movimentaram de forma suspeita R$ 207 milhões em um ano. O vaivém detectado na conta de Fabrício Queiroz, o ex-motorista de Flávio Bolsonaro, somou R$ 1,2 milhão. A cifra continua pendente de explicação.
A partir de fevereiro, com a posse de Flávio Bolsonaro no Senado, o pedaço da encrenca que passa pelo gabinete dele subirá do Rio para Brasília. E Raquel Dodge terá de se debruçar sobre o caso. Logo ela, uma personagem que não desperta em Jair Bolsonaro a mais remota simpatia.
O mandato de Dodge no comando da Procuradoria termina em setembro 2019. Bolsonaro já sinalizou que não tem a intenção de reconduzi-la ao posto. Não se conforma com o fato de ter sido denunciado por ela sob acusação de racismo. O arquivamento do processo no Supremo não arquivou a aversão de Bolsonaro por Dodge.
Por Josias de Souza
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