Empresas da cadeia de fornecedores da Embraer, cuja maioria está instalada em São José dos Campos, se unem em cluster e lançam manifesto apoiando acordo entre Embraer e Boeing para disputar mercado global de aviação
O mundo é o limite.
Empresas fornecedoras da Embraer unem-se em um cluster aeronáutico para disputar no mercado global.
O movimento começa em São José dos Campos, cidade que é sede da maioria das fornecedoras da fabricante, e mira a demanda que será gerada após o acordo entre Embraer e Boeing, negócio que o grupo apoia.
As duas fabricantes, que anunciaram as conversas em torno de uma cooperação comercial em dezembro do ano passado, estão próximas de definir o modelo da parceria.
Com isso, as empresas que participam da cadeia de fornecimento da Embraer, com mais de 70 companhias de diversos tamanhos, querem se unir para disputar no mercado global.
A primeira reunião da 'Arena Colaborativa sobre Internacionalização do Cluster Aeronáutico', como é chamado o movimento, ocorrru na última quinta-feira na sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José.
Participaram empresas, representantes da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico, incluindo o secretário Alberto Alves Marques Filho, a direção do Ciesp e o Instituto Invoz, grupo derivado do movimento 'São José 2030' que tem como presidente de honra Ozires Silva, um dos fundadores da Embraer.
FUSÃO
Todos eles veem a fusão da Embraer com a Boeing como oportunidade de disputar um mercado mundial de fornecedores que movimenta US$ 60 bilhões por ano, com 40% feito na América Norte, 40% na Europa e 20% na Ásia."É um mercado para a gente entrar e participar. Se pegarmos 1% ou 2% podemos faturar acima de US$ 1 bilhão", diz Cesar Augusto Teixeira, diretor do Ciesp de São José e dono da Akaer, fornecedora da Embraer.
Movimento lança manifesto em apoio a negócio entre Embraer e Boeing
As empresas da cadeia de fornecedores da Embraer lançam neste final de semana um manifesto em apoio ao acordo da brasileira com a norte-americana Boeing.
Elas sabem que o momento é de unir forças e de usar a reconhecida competência técnica do setor para atuar no mercado global de aviação.
Em resumo, é hora de mobilizar a cadeia para deixar a zona de conforto: "A única forma de preservar empregos de alta qualidade é estendendo para o mundo. A única defesa é competir. E temos essa competência. O que falta é essa mobilização", diz Manoel de Oliveira, presidente Instituto Invoz.
Para tanto, Cesar Augusto Teixeira, da Akaer e do Ciesp, cobra apoio do governo: "Não falamos em proteção, mas de apoio institucional, suporte, estrutura. Tem de preservar a indústria nacional e a cadeia".
Cadeia cobrará governo para impulsionar setor
O cluster aeronáutico da cadeia de fornecedores da Embraer defende a desburocratização do setor, redução de tributos e facilidades comerciais para ampliar a competitividade no mercado mundial.
"O México exporta mais do que Embraer, e o país não fabrica avião. Foi uma política do governo mexicano de estabelecer e crescer a exportação", diz Manoel de Oliveira, presidente Instituto Invoz.
Segundo ele, o governo precisa atuar para melhorar as regras do setor, tornando a cadeia mais competitiva lá fora.
"Que a gente possa exportar com conteúdo nacional de alta qualificação. Essa é a razão principal pela qual a Boeing procurou a Embraer. Vê aqui capacidade de desenvolvimento tecnológico que não vê em outros países. Precisamos aproveitar isso", afirma.
Gerando cerca de 4.000 empregos diretos, a cadeia cobrará do governo federal apoio para deslanchar o setor internacionalmente.
"É importante entrar nesses outros mercados. De forma geral atuar no mundo. Temos que criar e avançar uma cultura de exportação, globalização do nosso trabalho", diz Cesar Augusto Teixeira, da Akaer e do Ciesp de São José..
Por O Vale
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