O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) foi condenado pela quinta vez, nesta sexta-feira, 2, na Operação Lava Jato. Com a nova sentença do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, o emedebista chega agora a 100 anos de prisão. Ele já havia sido condenado a 87 anos em outros quatro processos.
O magistrado aplicou ao emedebista 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro de R$ 4,5 milhões em joias. Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador, também foi condenada. A pena a ela é de 10 anos e 8 meses de prisão. Bretas registrou que a ex-primeira-dama foi ‘parceira de crime’ de Sérgio Cabral e ‘a principal beneficiária da lavagem de dinheiro por meio da aquisição das joias.
A denúncia da força-tarefa da Lava Jato, no Rio, apontou que o dinheiro que bancou as joias ‘era oriundo de propinas pagas por empreiteiras entre os anos de 2007 e 2014, em contratos para obras do metrô, reforma do Maracanã, PAC das Favelas e do Arco Metropolitano’.
De acordo com Bretas, a culpa de Sérgio Cabral "se mostra bastante acentuada". Para o magistrado, o ex-governador é o principal idealizador do esquema de lavagem de dinheiro revelado a partir da operação Calicute, deflagrada em novembro de 2016.
"A magnitude de tal esquema impressiona, sobretudo pela quantidade de dinheiro movimentado. Especificamente no caso dos autos, foram “lavados” mais de quatro milhões de reais em apenas 5 operações de compra de joias. Não bastasse isso, a lavagem de dinheiro que tem como crime antecedente a corrupção reveste-se de maior gravidade, por motivos óbvios, merecendo o seu mentor intelectual juízo de reprovação mais severo", escreveu Marcelo Bretas em sua decisão.
Marcelo Bretas fixou a quantia de R$ 4.527.590,00 – equivalente ao da lavagem das joias – para reparação dos danos causados, ‘de forma solidária entre os condenados’. O magistrado reafirmou a necessidade de prisão preventiva de Sérgio Cabral e de Carlos Miranda.
Também foram condenados nesta sexta-feira, 2, Carlos Miranda, operador de Sérgio Cabral (8 anos e 10 meses de prisão) e Luiz Carlos Bezerra, chamado de "homem de mala", do ex-governador (4 anos de prisão).
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