sábado, 18 de novembro de 2017

2018 está longe


2018 (Foto: Pixabay)

Faltam dez anos para as eleições de 2018. Lá chegando, o Brasil não lembrará que, um dia, acreditou ter de escolher entre Lula e Bolsonaro. Um país que chega a acreditar na dupla sertaneja Janot & Joesley como promessa de salvação, acredita em tudo.

Enquanto o gigante desperta para o trepidante confronto entre esquerda e direita no mundo da lua, José Dirceu samba em paz.

O guerreiro do povo brasileiro está na dele.

Você monta o maior assalto da história da República — um assalto republicano, como ensinou o saudoso Dr. Thomaz Bastos, precursor do Dr. Tomás Turbando — e é apanhado em flagrante. O que você pensa? “Já era”? Não. Você ainda tem uma fortuna no caixa da revolução e um exército de advogados, juízes, jornalistas (alugados e 0800), militantes baratinhos e sanguinários. Além disso, você está no Brasil. E tem a lenda.

Assim como faltam dez anos para 2018 (na translação mental da opinião pública), 1968 foi ontem. Daí a maravilha da assombração Bolsonaro: dá pra continuar brincando de “Os dias eram assim”, com Dirceu no papel de herói contra a ditadura — sambando para não perder a ternura (rima rica, ou melhor, milionária). E Lula, o ladrão condenado que Gabriel Predador não matou e a Justiça não prendeu, fantasiado de alternativa democrática.

Não prenda a gargalhada, caro leitor. Tire você também o cinismo do armário.

E tome uma atitude corajosa contra essas famílias retrógradas dos anos 50 (a década passada), que insistem em casar suas filhas virgens.

Rompa com esse conservadorismo sufocante, apoie o maiô de duas peças.

E se quiser ficar pelado para chocar a burguesia, fique logo, porque daqui a meio século, por volta de 2017, vão achar que você está com calor.

Proteste contra a censura imposta pelos milicos. Faça isso agora, neste febril 1968, porque daqui a 50 anos as liberdades estarão mais do que garantidas, e podem achar que você é um rebelde cenográfico.

Segundo Nostradamus, até a turma do é proibido proibir vai tentar censurar uns livros por volta de 2013 (quem te viu, quem te vê), mas não vai rolar.

O governo bonzinho que eles apoiarão também tentará, como quem não quer nada, controlar o que é publicado — fingindo defender os direitos humanos (tem certeza, Nostradamus?!). Isso também não vai colar.

Serão tempos difíceis para os canastrões ideológicos.

Ou nem tanto. Eles são criativos. E a plateia... Bem, é aquela sagacidade descrita acima. Foi assim que o assalto de quase década e meia aos cofres públicos sumiu do debate eleitoral para 2018.

Puseram alguma coisa forte na bebida do Brasil e, de repente, a vida real deu lugar à pantomima trash Lula x Bolsonaro, esquerda x direita — enfim, aquele melado demagógico que Serjão, o erudito, imortalizou como masturbação sociológica.

Merece até performance no museu, com Dirceu sambando ao fundo (vamos atualizar as obscenidades, por favor).

Enquanto o Brasil era estripado pelos companheiros por todos os seus orifícios (imagem exagerada? Vamos aos orifícios: Petrobras via petrolão, BB e Caixa via mensalão, Tesouro via pedaladas, BNDES via Joesley, Odebrecht e tráfico de influência de Lula junto a ditaduras amigas que humilham mulheres e gays sem comover os descolados daqui, Ministério dos Esportes/BNDES via escândalo da Copa etc).

Voltando: enquanto o Brasil era estripado pelos companheiros, a Lava-Jato era tribunal de exceção.

Quando, finalmente, o país conseguiu sair da bocarra do PT, a Lava-Jato mudou de sexo.

Os canastrões que defendiam a quadrilha da presidenta contra o golpe viraram amantes tórridos da operação — claro, a versão do Janot, do Joesley, do Miller, do Fachin, enfim, a Lava-Jato trans, pseudônimo da conspiração mais vagabunda já vista por aqui, regida pelos que depenaram o Brasil e queriam voltar a mamar.

A Lava-Jato real, liderada por Sergio Moro, subsiste desidratada — graças à inflexão de personagens como Dartagnol Foratemer, hoje lambendo as botas dos charmosos amigos da quadrilha.

Eles dizem que o governo foi tomado por uma quadrilha do PMDB. Ah, é? Então digam os nomes dos bandidos que sanearam a Petrobras em tempo recorde. Quem são eles?

Digam quais foram os pilantras do PMDB que acabaram com a roubalheira contábil no Tesouro e sanearam a política fiscal. O Brasil quer saber!

Quem são, afinal, os decrépitos que enxotaram a gangue do Dirceu e iniciaram as reformas do Estado, com a recuperação de todos — todos — os indicadores econômicos?

Não citam, e não citarão um único nome.

Os cafetões da lenda — agora reforçados pela covardia tucana, que não falha — sabem que o comando das principais instituições nacionais está nas mãos de gente séria, virando noites para reverter 13 anos de pilhagem.

Os resultados estão aí, à prova de retórica, e é comovente ver os progressistas de butique fazendo voto de cegueira.

Não adianta. A eleição de 2018 (daqui a dez anos de lero-lero vermelho X verde-oliva) será sobre isso: concluir a descupinização do Estado ou devolvê-lo aos cupins, para vê-los sambando alegremente na sua cara, com o seu dinheiro.

Por Guilherme Fiuza

2 comentários:

AHT disse...

Tudo será como Dantes, se quisermos que seja.

Vejamos:

- Eleições 2.018. Ciro Gomes está na parada. Ciro Gomes, um conhecidíssimo velhaco, assim como tantos outros.

E, se... num desses surtos provocados por ataques, traições e pela guerra de propagandas antes e durante as eleições de 2.018, o Ciro Gomes chegar ao segundo turno e disputar contra outro(a) oportunista e, igualmente, sem qualificações para governar o Brasil?

O que esperar do futuro do Brasil tendo essa incrível “plêiade” de possíveis candidatos à Presidente da República: Ciro, Bolsonaro, Marina, Doria, Manuela, Huck e Lula???

“Tudo como dantes no quartel de Abrantes”, é uma frase batida. Infelizmente, ao aceitarmos e professarmos isso tão passivamente, sempre estaremos sinalizando aos velhacos para que continuem indo frente e fazendo tudo do jeito que for melhor para eles. Está na hora de deletarmos essa frase e, bradar:

“Abrantes e cambada de velhacos, destruímos o quartel e vão todos para a pqtp, se não quiserem levar agora mesmo balaços no meio da testa! E é um... e é ...” (*)

(*)
Esse “estilo e palavreado” é fundamentado em técnicas que buscam a eficácia em comunicação.

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PS: Pegando carona em uma frase dita por Martin Luther King, adequando ao Brasil de hoje: O silêncio dos bons brasileiros é o sinal para os maus políticos avançarem ainda mais e, depois, não adiantará chorar, rezar e acender velas implorando por um milagre que nos livre de todos os males. - AHT, 18/11/2017

AHT disse...

PELA SAÚDE MENTAL,
MOMENTO DESABAFO DOMINICAL!


Vote Dória - Por um nutritivo café da manhã regado a farinatas
Vote Huck - Meta: Zero Lata Velha Rodando e Taxis Para Todos
Vote Ciro - Palavrões em defesa do povo e das putas oprimidas
Vote Lula - Mais experiente, não colocará outra tartaruga no poste
Vote Bolsonaro - Da caserna, por uma segura caverna nacional
Vote Marina - Ou a floresta vem até nós, ou nós iremos para a floresta!
Vote Manuela - O Estado ficará com as vacas e distribuirá leite grátis para todos

Involução Política = Povo, sifu!

1º - Brasil, ame-o!
2º - Brasil, ame-o ou deixe-o!
3º - Brasil, mude-se ou deixe-o! ***

*** (... antes que as urnas eletrônicas sejam religadas para renovar e, nada mudar!)

AHT
19/11/2017
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PS: E para arrematar este desabafo dominical, aproveito e plagio uma frase que acabei de receber pelo WhatsApp:

O Brasil seria muito legal se os políticos chupassem a gordura que nos resta ao invés do sangue.