O Papa Francisco deixou na Bolívia as duas condecorações que o Presidente Evo Morales lhe deu na última quarta-feira, 9, durante o intercâmbio de presentes no Palácio de Governo, pouco depois da sua chegada ao país.
Morales entregou a máxima condecoração da Bolívia, a medalha Condor dos Andes, e a distinção Luis Espinal.
Nesta segunda condecoração está a imagem de Cristo sobre a foice e o martelo, elaborada pelo falecido sacerdote jesuíta nos anos 70 e cuja réplica o mandatário obsequiou ao Santo Padre, algo que gerou grande controvérsia em diversas redes sociais.
Segundo informou a Santa Sé, o Papa celebrou Missa pela manhã na capela da residência do Arcebispo Emérito de Santa Cruz de la Sierra, Cardeal Julio Terrazas.
No final da Celebração Eucarística, o Santo Padre entregou à Virgem de Copacabana, Padroeira da Bolívia, as duas condecorações presenteadas pelo Presidente Evo Morales, na última quarta-feira, durante sua visita de cortesia ao Palácio Presidencial de La Paz.
O Papa Francisco pronunciou as seguintes palavras, seguidas de uma oração: “O Senhor Presidente da Nação através de um gesto de acolhida teve a delicadeza presentear-me com duas condecorações em nome do povo boliviano”.
“Agradeço o carinho do povo boliviano e agradeço este detalhe, esta delicadeza do Senhor Presidente e gostaria de deixar estas duas condecorações à Padroeira da Bolívia, à Mãe desta nobre Nação para que Ela sempre se lembre do seu povo”.
O golpe baixo de Evo e a sabedoria de Francisco
Bons estadistas sabem que, ao recepcionar papas, a discrição é antes de tudo sabedoria política e protocolo diplomático. O presidente da Bolívia, Evo Morales, desconhece isso. Na visita do papa Francisco ao país, na semana passada, Morales presenteou Francisco com crucifixo formado de foice e martelo, símbolo do comunismo – regime totalitário que perseguiu os católicos em todo o mundo enquanto se manteve em pé. O Evo Morales da quinta-feira 9, na verdade, é o mesmo que na passado abriu uma crise com o vaticano quando proibiu o catolicismo. Francisco acolheu o crucifixo com a tranquilidade e de quem sabe o que quer – e de fato o que ele queria fazer, e fez, era falar à população indígena e aos movimentos sociais sobre a importância de um sistema capitalista que seja capaz de promover justiça social. “Que se chegue ao dia no qual não existam famílias sem casas nem nações sem liberdade”, declarou ele. O recado a Morales foi dado.
Fonte: IstoÉ
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