terça-feira, 21 de julho de 2015

CARDOZO CALA DIANTE DE DESABAFO DE MULHER COM TERRAS TOMADAS POR ÍNDIOS


ENQUANTO D. MARIA HELENA DESABAVA, O MINISTRO DA
 JUSTIÇA OLHAVA PARA OS CANTOS, EM SILÊNCIO.

Uma produtora rural do Mato Grosso do Sul, Maria Helena Vanzela Ramos, que teve sua terra invadida por índios fez um desabafo indignado e chorou, diante do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), durante uma audiência com a bancada do seu Estado, terça-feira passada. O desabafo da mulher expôs a confusão mental, o preconceito e até a ignorância de autoridades que, como Cardozo, lidam com esse tipo de problema.

O governo federal faz vistas grossas às invasões de índios em propriedades rurais legalizadas, escrituradas, muitas delas pertencentes a família há várias gerações. A senhora chora enquanto descreve a situação que passa atualmente, vivendo de favores, porque não pode trabalhar na terra que lhe pertence.


Durante todo o desabafo da Maria Helena, Cardozo permanece em silêncio, olhando para os lados, visivelmente incomodado. "Sou uma mãe de família, trabalhei a vida inteira", diz a mulher aos prantos. "Eles (os índicos) têm direitos, mas nós também temos", ensina ela a Cardozo, "e nossas terras não são área indígena".

Ela cobrou uma solução para o conflito entre fazendeiros e índios na região de fronteira do estado, próxima ao Paraguai. No vídeo, Maria Helena conta que indígenas invadiram as terras dela e de outros fazendeiros, em Coronel Sapucaia (MS), expulsando-os. No local, segundo ela, eles fazem uso de álcool e drogas. “Vemos índios com camionetas (da Funai) sendo escoltados, e nós correndo risco de vida”.

Cardozo, assim como outras autoridades presentes na reunião, aparece nas imagens de cabeça baixa ou olhando para os lados, enquanto a produtora falava. Participaram também da reunião o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, o senador Moka (PMDB-MS), além de outros parlamentares.

Embora critique a invasão, a produtora rural aponta também a omissão do Estado na situação de calamidade vivida pelos índios da região. “Presidente da Funai, vá lá ver a situação. Aqueles índios morrendo de fome, três dias sem comer. Eles são humanos, eles são crianças, são velhos, são pessoas, têm direito também. Quem incentiva a invasão (que) incentive eles a trabalhar, a produzir”, diz a mulher, no vídeo.

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