Portaria da planta industrial da GM na zona leste de São José. Foto: Pedro Ivo Prates |
Analistas de mercado consideraram a falta de competitividade admitida pela General Motors para o complexo industrial de São José dos Campos como indício de risco para o futuro da fábrica na cidade, que completou 56 anos.
A montadora anunciou anteontem que dobrou de R$ 6,5 bilhões para R$ 13 bilhões o investimento a ser feito no país até 2019, para lançar uma nova família de veículos.
O complexo de São José não receberá nenhuma parcela desse pacote de investimento, segundo executivos da GM. A montadora deve priorizar as unidades de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP).
Sem novos projetos para a fábrica de São José, que hoje monta os modelos S10 e Trailblazer, especialistas no setor automotivo apontam riscos de a unidade tornar-se obsoleta em tecnologia e competitividade, o que pode significar o fechamento dela a longo prazo.
“É perfeitamente possível dizer, após o anúncio da GM, que a fábrica de São José está em risco”, disse o advogado Luiz Carlos Mello, consultor especializado no setor automotivo e ex-presidente da Ford.
Segundo ele, ao contrário do que se pensa, as montadoras “fecham unidades com a maior facilidade”.
“Se a planta for anti-econômica é muito simples para a montadora fechar a fábrica. Isso acontece com certa fre-quência nos Estados Unidos, por exemplo”, completou.
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