Elio Gaspari, O Globo
Aconteceu em Belo Horizonte há 15 dias.
A senhora caminhava nas proximidades da Assembleia Legislativa e aproximou-se um homem magro, de camiseta, com uma faca:
— Vai passando a bolsa. Estou com fome.
— Passo, mas primeiro deixe eu tirar os documentos.
— Pode tirar, esse negócio de burocracia é uma bosta... Pera aí... A senhora não é a ministra?
— Sou.
— Foi mal. Pode ficar. Gosto muito da senhora, desde o tempo do governador Itamar.
— Você quer dinheiro para comer?
— Não, vá em paz. Agora, o que eu queria era tirar uma fotografia com a senhora.
— Isso não. Meu cabelo está muito desarrumado.
O cidadão guardou o celular e a ministra Cármen Lúcia seguiu em frente.
Um comentário:
Que pena, o larápio poderia continuar sua ação, pois assim ela veria como vive o brasileiro comum, assim ela saberia que quadrilha não é aquela ingênua dancinha de festa junina, mas sim aquilo que ela absolveu, que reconheceu como não-existente com seu malfadado voto na ação penal 470.
Postar um comentário