Condenado pelo STF por trocar laqueaduras de trompas por votos, o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) renunciou ao mandato nesta quarta-feira (26). É o sétimo deputado a deixar a Câmara desde que foi instituído no Congresso o voto aberto na apreciação dos pedidos de cassação, há quatro meses.
O grande marco divisor foi o caso Natan Donadon (ex-PMDB-RO). Condenado pelo STF, ele foi absolvido na Câmara em votação secreta. Eliminada a sombra, cassaram-no por unanimidade, com a compreensível abstenção de Asdrúbal Bentes.
De resto, quatro deputados bateram em retirada nas pegadas das condenações do mensalão: José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PP-SP), Pedro Henry (PP-MT) e, agora, Asdrúbal Bentes. E um deu no pé antes da condenação, numa tentativa de mandar o processo à estaca zero da primeira instância: Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Antes, o país espiava a orgia através das frinchas abertas no concreto do prédio de Niemeyer. E não conseguia enxergar as conjunções impudicas. O voto aberto instalou no plenário um metafórico telhado de vidro. Agora, os aliados do inaceitável têm de levar a cara ao painel eletrônico. Na Câmara pós-Donadon, ninguém mais quis testar a solidariedade da corporação. Está comprovado: a luz do sol é mesmo o melhor detergente.
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