O governador petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, enviou ofício à Vara de Execuções Penais de Brasília com as respostas às quatro perguntas que lhe foram dirigidas sobre privilégios concedidos aos presos do mensalão. Ele decidiu seguir duas linhas: a linha “não aconteceu nada” e a linha “o juiz enlouqueceu e merece ser investigado”. São duas boas estratégias.
A tese da loucura é boa porque é convincente. Um juiz com a atribuição de tornar rigorosa a cana de representantes da elite do petismo em cadeias geridas por um governo do PT, se ainda não perdeu a sanidade, uma hora vai perder. A tese da normalidade é boa porque até agora tem dado certo. Acontece de tudo. E nada acontece.
Delúbio Soares degustou feijoada, fez cara feia para raspar a barba e recebeu um sindicalista no final de semana. Coisas já admitidas até pelo advogado de defesa. Os visitantes de José Dirceu entram a hora que querem, não pegam fila e não são revistados. Um ilustre membro da Defensoria Pública já reconheceu. Um deputado petista do DF disse que foi, sim. Duas vezes, e daí?
O próprio Agnelo não nega que visitou o ex-chefe da quadrilha um par de vezes. Ora bolas, “sou governador do DF e vou a qualquer hora no presídio. E visito quem eu quiser no presídio.” Agnelo ainda não visitou os outros 12.400 presos. Mas eles não perdem por esperar. Na pior hipótese, faltam nove meses para o término do mandato. Na hipótese muito pior, pode haver reeleição.
Por Josias de Souza
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