Boas notícias, afinal. Nas últimas 48 horas, não houve nenhum aumento na cegueira do governo brasileiro em relação ao que sucede na Venezuela. A falta de visão continuou nos mesmos 100% ao final de uma visita que o sábio petista Marco Aurélio Garcia fez a Caracas.
Assessor especial de Dilma Rousseff e espécie de chanceler paralelo para assuntos bolivarianos, Marco Aurélio voou até o país vizinho para participar das celebrações pelo aniversário de um ano da morte do companheiro Hugo Chávez. Aproveitou para conversar com Nicolás Maduro, o herdeiro político do morto.
Após reunião de 40 minutos, Marco Aurélio soou como Maduro. Disse que há “exagero” no noticiário sobre a crise. “Já estive aqui em outros momentos, como em 2002, e vejo que na época a crise era muito mais grave que agora, mas a dimensão dada neste momento, especialmente pelos veículos de comunicação internacionais, passa uma imagem de algo maior do que realmente é.”
Marco Aurélio disse essas coisas num instante em que subiu de 18 para 20 o número de mortos nos protestos de rua da Venezuela. Repetindo: duas dezenas de cadáveres em três semanas. Ele fez tais declarações numa hora em que escasseiam nas gôndolas venezuelanas gêneros de primeira e de segunda necessidade. De novo: faltam comida e papel higiênico nos supermercados.
Ao ecoar o lero-lero apodrecido de Maduro num país dividido ao meio, Marco Aurélio tornou-se parte do problema. Depois, informou que o Brasil, se for convidado, está disposto a ajudar a encontrar uma solução. Nesse ponto, alguma coisa subiu à cabeça do sábio. E não foi sabedoria. Os opositores de Maduro talvez prefiram a intermediação de Asmodeu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário