sábado, 8 de março de 2014

Dia da Mulher: conheça a 'mãe' do automóvel


Bertha Benz antes do casamento em 1872 - Mercedes/Divulgação

Muitos machistas por aí dizem que carro e mulher não combinam, a não ser que seja no banco do carona. Mal sabem eles que o primeiro piloto de testes da história foi mulher e, ainda mais, que se não fosse por ela, a incrível Bertha Benz, talvez o primeiro automóvel do mundo não tivesse saído do papel.

Bertha Ringer (nome de solteira) nasceu em 1849 em Pforzheim, na Alemanha. Noiva de Karl Benz em 1871, ela usava o abundante dinheiro da família para investir na oficina de criação dele. Mesmo prontos para casar, eles demoraram mais para sacramentar o enlace pois, pelas leis da época, uma mulher casada não podia administrar herança da família ou ter um negócio próprio.

Após algumas invenções de Benz saírem do papel e começarem a engrenar na cidade de Mannheim, os dois se casam em 20 de julho de 1872. Quatorze anos mais tarde, Benz monta o primeiro Patent-Motorwagen, sua quinta maior invenção com a ajuda de Bertha. As quatro primeiras foram Eugen, Richard, Clara e Thilde, os primeiros filhos do casal - Ellen foi a última, em 1890. 

Em 29 de janeiro do mesmo ano, Benz consegue a patente de número 37435 e se transforma no pai do primeiro automóvel feito no mundo. Mesmo com a imensa importância histórica de hoje, o Patent-Motorwagen não se converteu em um estrondoso sucesso quando foi lançado em 3 de julho de 1886. Faltava um algo a mais, que chegou dois anos depois, pelas mãos e pés de Bertha.

No dia 5 de agosto de 1888, ela, junto dos filhos Richard e Eugen, de 14 e 15 anos, respectivamente, sai acelerando os 0,9 cv a 400 rpm do motor monocilíndrico quatro tempos do Patent-Motorwagen 3 sem avisar ao marido e às autoridades locais em uma intrépida aventura de 104 quilômetros na região de Baden, até a cada de sua mãe. 

A ideia de Bertha foi a de mostrar ao mundo a funcionalidade do automóvel. Mas não foi nada fácil. O combustível usado, por exemplo, era a ligroína, derivada da benzina e comprada em farmácias, que não eram abundantes na época. O tubo de combustível ficou entupido e foi desobstruído por grampo de cabelo. Já a liga de uma meia foi usada para isolar um fio que estava dando curto.

E ainda teve mais. Na metade do caminho até a casa da mãe, já muito cansada, Bertha entra para a história novamente ao criar o conceito da lona de freio após ter um problema de desgaste no breque. 

Com base nos relatos da esposa na volta da viagem de quatro dias, Benz fez melhorias no carro. E a história da aventura da primeira testadora de veículos de todos os tempos leva uma multidão à oficina de Benz, revolucionando a industria automobilística para sempre. Se a máxima de que por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher é verdadeira, Bertha Benz é personificação disso.


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