quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Arthur Lira mostrou quem manda (Política brasileira perdeu o pudor)



A rapidez com que a Câmara votou a taxação de fundos, apenas horas depois da nomeação do indicado de Arthur Lira para a Caixa Econômica Federal foi acintosa, para mostrar quem manda. O poder de Arthur Lira está crescendo muito. Já tinha crescido com Bolsonaro, que entregou o comando da parte de legislação ao presidente da Câmara e ao centrão; não se metia mais, só queria saber de golpe. Lula tentou reagir num primeiro momento, e hoje está entregue. É parecido com o que aconteceu no primeiro governo dele, quando rejeitou um acordo com o MDB costurado por Zé Dirceu e depois teve que chamar o partido e outros, e fez o mensalão. 

Desta vez, está entregando áreas estratégicas do governo para o centrão e para Arthur Lira. É vergonhoso, porque a política brasileira está montada de tal maneira que nenhum presidente consegue governar sem se submeter ao Congresso. A submissão poderia ser boa – porque é ele que representa o povo brasileiro, desde que fosse na base de programas, de projetos para o país. Mas como é feito no Brasil - e não apenas por Lula - não tem projeto nenhum, é só toma lá dá cá. É uma vergonha, e além do mais, o filho de Arthur Lira tem uma empresa que tem negócios com o governo e com a Caixa Econômica Federal. Tem que haver limites, ou fica uma coisa absurda, de país de quinto mundo. Perdeu-se o pudor completamente. Precisamos mudar a maneira de fazer política e de encarar os grandes problemas nacionais, ou não vamos sair do lugar. Do jeito que a política partidária está montada, não tem jeito de melhorar.

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