quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O Homem do Castelo Alto (Felicio Vitali)



Seria muito bom se os apoiadores deste governo, deixassem um pouco o negacionismo de lado e saíssem desta realidade paralela que vivem, para entrar no mundo real. 

Neste mundo onde existe uma pandemia que já matou mais de 170 mil brasileiros e que está longe de ser controlada, dado a irresponsabilidade do presidente e a incapacidade dos que o rodeiam. 

Neste mundo real, que mostra a tristeza de ainda existir o racismo estrutural e o racismo de raiz mesmo. Aquele que violentamente mata no interior de um supermercado, com plateia e tudo. Aquele que faz pessoas lamentarem mais a destruição de uma vidraça que a morte de uma pessoa. 

Só no mundo do faz de conta é que se finge o combate a corrupção, enquanto o que realmente interessa, é impor pautas retrógradas, como a religiosa, a de costumes e a do conservadorismo arcaico. Que ainda se incomoda com a ascensão dos menos favorecidos e quer impor na marra a falácia da meritocracia. 

É neste mundinho que o ministro da economia, também conhecido pela alcunha de "Posto Ipiranga", deu uma entrevista. 

Mais uma vez desfiou suas promessas inconclusivas e se meteu a falar de assuntos que não lhe diz respeito, enquanto quem devia, fica no mais completo silêncio. 

No seu mundo, Paulo Guedes, que já enganou o chamado "mercado", prometeu acabar com o déficit público em um ano, faturar 3 trilhões de reais com vendas de imóveis, fazer a maior privatização já vista. Mas na realidade, o déficit só fez crescer, não vendeu um casebre e não fechou e nem vendeu uma estatal sequer e ainda abriu mais dois mostrengos para atender os anseios de militares. Uma para assuntos marinhos e outra para os assuntos espaciais. Talvez pra provar que o mar tem fim e que a terra não é redonda. 

Como diz o editorial do Estadão de hoje, "um ministro que tem uma vaga ideia de onde está, ignora para onde vai, portanto, desconhece como chegar lá". 

Parados no tempo, enquanto o mundo, o global e real, trabalha pra controlar a pandemia e recuperar a economia, os negacionistas brasileiros queimam as nossas florestas, destroem o nosso eco sistema, sonham com a riqueza do nióbio, falseiam a reeleição do Trump, chutam a China e cospem na Europa. 

Mas tem uma coisa que o brasileiro jamais poderá negar, é que não sabia que seria assim. Nunca um candidato se mostrou tão inapropriado para o cargo, em todos os aspectos que poderiam ser analisados, já numa campanha eleitoral. 

Sabíamos que se tratava de um Ignorante, mal educado, corrupto e desonesto, chupim, aproveitador e nepotista, mentiroso e cínico, egoísta, egocêntrico, leniente, tendencioso, apático, autoritário, vingativo, arrogante, fanático, cruel, destrutivo e maquiavélico, superficial e imaturo, manipulador, ciumento, inseguro e indeciso, racista, homofóbico e misógino. E no entanto, mesmo assim foi eleito com todos esses predicados. 

Considerando que os apoiadores continuarão a viver na outra dimensão "FECHADOS COM BOLSONARO", como se vivessem dentro do livro "O Homem do Castelo Alto", nos resta esperar que a parte mais lúcida dos brasileiros, considere 2018 como um importante aprendizado para 2022 e quando for votar, que leve apenas o cérebro à urna e deixe em casa o fígado de molho no chá de boldo.

 Por Felicio Vitali

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