segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Nossa democracia engravidou de um desastre



Pesquisa eleitoral é uma espécie de ultrassonografia que serve para antecipar o nome do herói que os eleitores xingarão um mês depois do parto. O silêncio do asfalto dava a impressão de que o brasileiro tolerava o sofrimento na expectativa de que 2018 traria algo novo. Engano! As pesquisas mais recentes indicam que a crise brasileira é uma crise de desilusão. Quando parece que uma novidade vem pela frente, pelo menos um equívoco diferente dos já cometidos, descobre-se que pode nascer das urnas um erro manjado. O eleitorado oscila entre um condenado por corrupção e um apologista da ditadura militar.

Confirmando uma tendência que já havia sido farejada pelo Datafolha, o Ibope informa: se a disputa presidencial ocorresse hoje, o condenado Lula disputaria o segundo turno com o ex-tenente do Exército Bolsonaro. Sim, é verdade. As opções oferecidas não são animadoras. Mas, que diabos, a situação está insustentável. Por isso, o brasileiro precisa tomar as precauções mais triviais. Por exemplo: se for abordado por um pesquisador na rua, antes de dar qualquer resposta, o sujeito precisa certifique-se de que não esqueceu a consciência em casa.

Tem gente que só acredita na gravidade quando uma maçã —ou um descalabro— lhe cai na cebeça. A pessoa bota a mão na testa, percebe que escorre um melado e constata: “Shiii, deve ser a tal gravidade!” Lula e Bolsonaro são sintomas de um país adoecido. Resultado da cruza da falta de ética com a inépcia, a roubalheira e o empregocídio engravidaram a democracia brasileira de um desastre. Por sorte, ainda há tempo para um aborto político.

Neste momento de pré-campanha eleitoral, período em que os loucos dispõem de licença para apresentar suas credenciais para dirigir o hospício, seria extraordinário se o eleitor utilizasse as pesquisas para informar que já não aceita qualquer maluquice. Na dúvida entre o inaceitável e o inadmissível, nunca deixe para amanhã o candidato que você pode deixar hoje. Faltam opções? Simples: dê uma de louco. Diga que prefere votar em ninguém. Quem sabe assim os partidos tomam juízo e apresentam alguém.

Por Josias de Souza

Um comentário:

Certezas absolutas: 1) "51" não é uma rara essência capaz de aperfeiçoar um cérebro para ser o Grande Estadista Salvador da Pátria; 2) Nem uma boina militar transformará um cérebro mediano em Estadista. --- disse...

Seja qual for a Nação, não nascem Estadistas todos os dias. Nem em todas semanas. Nem em todos os meses. Nem em todos os anos. Nem em todas as décadas. Nem em todos os séculos. No entanto, todos os dias nascem pencas de Nens.

Da matéria prima contaminadas por milhares de Nens, além de outros milhares criminosos com e sem colarinhos brancos, de variados estilos e grau de periculosidade, dificilmente será possível extrair aquela rara essência que qualificará e iluminará um cidadão para ser o Grande Estadista que, verdadeiramente, salvará a Nação e proverá dignidade para o seu Povo.

rsrsrs... (rir é o melhor remédio)

AHT
30/10/2017