Por Josias de Souza
Às vezes tem-se a impressão de que, no Brasil, o maior déficit dos governos situa-se entre as orelhas dos governantes. Sob Michel Temer, por exemplo, o governo decidiu transformar o fundo do poço em palco de samba. Num instante em que economiza até no auxílio-doença, o Planalto torrou mais de R$ 500 mil num show em homenagem ao centenário do samba. Coisa fina, seguida de coquetel para 600 convidados. Um espetáculo no qual o povo entrou com o bolso.
Diz-se que Júlio César desenvolveu um método engenhoso para se proteger de sua megalomania. O imperador mantinha do seu lado alguém para lhe cochichar ao pé do ouvido: “Lembra-te de que és mortal, César.” Depois que Temer declarou que não está preocupado com sua popularidade, imaginou-se que ele havia assumido o papel de cochichador de si mesmo, para conter seu deslumbramento. Engano. Temer dá sinais de que precisa de alguém que o proteja de Temer.
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