quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O estranho grupo que Cunha quer como testemunha de defesa


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Eduardo Cunha evocou como testemunhas de sua defesa ninguém menos do que o presidente Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador cassado Delcídio do Amaral, o ex-ministro enrolado Henrique Eduardo Alves, o delator premiado Nestor Cerveró e mais 17 pessoas. O que quer Eduardo Cunha?

Pois é… Quando se listam testemunhas de defesa, o que se espera é que façam declarações ou confirmem eventos que ajudem a inocentar o réu. Dá para supor por que Nestor Cerveró está na lista. Afinal, era diretor da área Internacional da Petrobras, e o inquérito em questão apura o recebimento, pelo ex-deputado, de US$ 1,5 milhão em propina num negócio que a estatal fez em Benin, na África. E os outros?

Por tudo o que se sabe até agora, Lula e Temer, por exemplo, não interferiram no caso. Nem mesmo Delcídio. Mais: qual é exatamente a utilidade de testemunhos de criminosos confessos como Cerveró e o ex-senador?

O juiz ainda vai decidir se as testemunhas evocadas têm ou não pertinência com o caso. Há um espaço para a arbitragem do magistrado, ainda que caiba à defesa fazer as suas escolhas. Se, entre os arrolados, houver um especialista na filosofia de Schopenhauer, que esteja lá por isso, a Justiça pode recusar seu testemunho.

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