quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Vitória de Trump equivale a ataque terrorista


Primeiro discurso de Donald Trump como presidente eleito dos EUA - 09/11/2016

O espetáculo confuso que os Estados Unidos proporcionam ao mundo neste dia 9/11 produz efeitos tão devastadores quanto aqueles que se seguiram ao ataque de 11/9. Tomada pela radicalidade das mudanças que pode provocar no mundo, a eleição de Donald Trump é equiparável ao histórico ataque terrorista. A diferença é que, dessa vez, os americanos dispensaram o inimigo externo, produzindo um inusitado autoataque —uma espécie de trumpicídio.

Se o triunfo de Trump ensina alguma coisa é que todas as premissas sobre as quais o establishment americano construiu os seus valores depois da Segunda Grande Guerra estão com o prazo de validade vencido. O isolamento que a opção por Trump representa é um convite do império para que as nações comecem a planejar um novo começo. Mais ou menos como Deus fez depois do Dilúvio.

O sucesso de Trump é um prêmio à mediocridade. Seu hipernacionalismo ressentido, com traços de xenofobia, racismo, isolacionismo e desprezo à liberdade de expressão são sinais de que o mundo pós-9/11 não será o mesmo. Quando escreverem o enredo da geração atual é do topete de Trump que falarão os historiadores, e não da popularidade de Barack Obama, representado na disputa pelo ‘mal menor’ Hillary Clinton, um outro nome para desastre.

Resta agora saber o seguinte: o recomeço que se esconde sob o penteado exótico de Trump é um prenúncio do quê? Seja o que for, o mundo não será melhor do que já foi. Um presidente dos Estados Unidos que diz não acreditar no aquecimento global e que guindou à condição de prioridade a construção de um muro na fronteira com o México pode resultar em qualquer coisa, menos em coisa boa.

2 comentários:

André Silvestre disse...

Temos que rezar muito, e pedir a Deus por este homem que vai ocupar um lugar, que a "mídia vive dizendo que é o cargo mais importante no mundo" não venha a cometer grandes injustiças com a humanidade. Tenho medo dele e do Kin jong-un da Coréia do Sul. Que todos orem e peça a Deus para converte-lo durante seu mandato.

AHT disse...

Mais do que nunca, continua valendo o que disse o filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821):

"CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE."

Desta vez, mais do que nunca, os "povos inocentes e que não sabem nem votar para vereador" pagarão pelo "poderoso povo pecador, que também não sabe votar".