sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Foi tudo um vexame


Eliane Cantanhêde



A Comissão de Ética Pública recomenda oficial e publicamente que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, seja exonerado depois de uma série de irregularidades, de mentiras e de falta de compostura ("Eu te amo, Dilma!").

A presidente da República dá de ombros, desautoriza a comissão e mantém o ministro, apesar de tudo.
O que pode se concluir de tudo isso?

Que a comissão não vale nada nem para nada e que a presidente foi turrona, bateu pé e manteve a decisão já tomada de "não ceder às pressões", seja da imprensa, seja de quem for, para subir a estatística de quedas de ministros para o cabalístico 7.

A novela, porém, não está encerrada. Espera-se, agora, saber como o partido do ministro, o PDT, vai reagir, como os integrantes da comissão de ética vão reagir, como o Congresso vai reagir e que conclusões a opinião pública vai tirar.

Só para lembrar, Lupi entrou na berlinda porque o Ministério do Trabalho é suspeito de pagar propina para ONGs, de liberar verbas para ONGs encrencadas, mesmo depois de pareceres contrários do próprio governo, e de desviar dinheiro para os bolsos partidários.

Enquanto se apurava a história, o próprio Lupi cometeu vários erros de caráter ético: disse que não tinha viajado num jatinho de empresa comprometida e aí surgiu a foto; disse que não conhecia o empresário comprometido e aí o cara contou que estava até no avião. E, no fim, apareceu até filme de jatinho, empresário e ministro, na maior alegria.

Agora, a Folha revela que Luppi não era apenas funcionário fantasma, mas duplo funcionário fantasma, ganhando da Câmara em Brasília e da Câmara Municipal no Rio para não fazer nada.

Se nada disso é questão ética, o que mais seria?!

É fácil para a Comissão de Ética explicar por que pediu a exoneração de Lupi. Mas é improvável que a presidente Dilma Rousseff consiga explicar por que deu de ombros para o pedido e manteve o ministro.

2 comentários:

Miriaklos disse...

Esta postagem ao menos me serviu para saber quem são os iditodas, os penduricalhos do dinheiro públicos que compõem a tal comissão de ética. Uma observação se fosse verdadeiramente uma comissão de ética ela, de imediato, ante a inação da dilminha, deveria, se fossem éticos e tivessem vergonha na cara, teriam pedido sua demissão. Mas como o dinheirinho que surrupiam por mês ali não é desprezível, a ética que vá às favas. E imaginar que um ministro do Supremo, o sepulveda pertence (pertence à mturna dos aéticos) a compõe me leva também a imaginar se eram éticos os vots que dava em seus julgamentos

Variando das Voltas disse...

Até o Sepulveda Pertence, ex m inistro do STF, que está na foto na ponta da mesa que era magrinho, jeitoso, agora que está mamando na teta do governo está balofo, gordo, de cara redonda. Eita paizinho de m ...