Ex-jogador italiano Zorzi escreve que seleção brasileira o deixou enojado
A imprensa italiana não poupou críticas às atuações do Brasil e da Bulgária na última rodada da segunda fase do Campeonato Mundial. As manchetes dos principais jornais usaram palavras como “farsa” e “escândalo” para descrever a partida que valia a liderança do grupo N. Sem disposição de vencer, a equipe verde-amarela foi atropelada e deixou o ginásio Palarossini, na cidade de Ancona, sob vaias e protestos dos torcedores.
O “La Gazzetta dello Sport”, principal jornal esportivo do país, foi o mais contundente nas críticas. Considerou o jogo uma farsa, acrescentando que o Brasil, bicampeão mundial, não venceu porque “preferiu escolher seus adversários”. Ainda comentou sobre o regulamento, que tem sido alvo de polêmicas. Segundo o time de Bernardinho e outras seleções, a fórmula favorece a Itália, dona da casa. A regra, no entanto, muitas vezes beneficia o perdedor. Usando esse argumento, o jornal cutucou:
- Se hoje incentivam jogadores a “usar o regulamento”, na próxima não podem ensinar a jogar com a “ajuda” de remédios?
Colunista do jornal, o ex-jogador italiano Andrea Zorzi escreveu que o Brasil o deixou enojado: “Il Brasile mi ha fatto restringere lo stomaco”. Também citou a Bulgária, mas explicou que direcionou suas críticas à seleção de Bernardinho por ser a campeã do mundo, vice-campeã olímpica.
- Um modelo a ser seguido e tem a obrigação moral de carregar essa responsabilidade. Sinto, sinto muito mesmo – finalizou Zorzi.
Os outros jornais esportivos ressaltaram a reação da torcida. O “TuttoSport” destacou o momento em que o público, sentindo-se enganado, ficou de costas em sinal de protesto. Já o “Corriere dello Sport” mencionou as vaias e os gritos de “buffoni” – palhaçada em italiano.
O Brasil jogou sem o ponteiro Murilo, poupado, e o levantador Bruninho, que amanheceu gripado. Bernardinho precisou improvisar Theo como levantador e mandou à quadra um mistão que tinha ainda Rodrigão, Giba, Sidão, Dante e Leandro Vissotto, além do líbero Mário Jr. A Bulgária entrou em quadra com os reservas.
No fim, 3 sets a 0 para os búlgaros e a liderança do grupo N na segunda fase. Com isso, a seleção brasileira caiu para segundo e avançou para enfrentar na terceira etapa Alemanha e República Tcheca, rivais teoricamente mais fáceis do que Cuba e Espanha, que estarão no caminho búlgaro. Além disso, a equipe verde-amarela não terá de passar por Florença. Vai direto para Roma, que também será o palco das semifinais e da final.
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