sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Justiça aceita denúncia contra João Vaccari Neto

O tesoureiro do PT é réu no processo sobre o desvio de 170 milhões de reais da cooperativa


A juíza Patrícia Inigo Funes e Silva, da 5ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia contra o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras cinco pessoas envolvidas no caso de desvio de dinheiro da Bancoop, que lesou cerca de 3.000 pessoas. Com a decisão, Vaccari e os demais citados tornam-se réus em processo criminal por estelionato e tentativa de estelionato, formação de quadrilha ou bando e falsidade ideológica. Vaccari e Tomás Edson Botelho Fraga, ex-dirigentes da Bancoop, e Ana Maria Ernica, atual diretora, também respondem por lavagem de dinheiro.

A juíza ainda determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Vaccari e de Ana Maria. Na decisão, a magistrada afirmou que há "relevante suspeita do envolvimento dos referidos acusados na prática dos crimes descritos na denúncia". E ressaltou que "o sigilo não pode servir de escudo protetivo para o exercício e proveito de atividades ilícitas".

O pedido da abertura de processo foi feito no último dia 19, pelo promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo. Em depoimento à CPI da Bancoop, na Assembleia Legislativa do estado, Blat afirmou ter “indícios suficientes de autoria e materialidade contra diretores, ex-diretores e terceiros que participaram desta verdadeira organização criminosa, que fraudou milhares de cooperados que não receberam suas unidades habitacionais e foram achacados."

Os outros três réus são a mulher de Tomás, Henir de Oliveira, a advogada da Bancoop, Leticya Achur Antonio e a presidente da Germany, Helena Conceição Pereira Lage. "Quando eles estavam à frente da cooperativa simplesmente ocultaram movimentações financeiras para dificultar a identificação das transações", comentou Blat, na Assembleia.

De acordo com o promotor, os envolvidos devem ser condenados por estelionato porque 1.133 pessoas compraram apartamentos da Bancoop, mas ainda não têm onde morar, e por tentativa de estelionato, porque outras 2.362 vítimas tiveram de pagar muito mais do que o combinado inicialmente para receber seus apartamentos. Blat estima que a quantia desviada pelo esquema chegaria a 170 milhões de reais.

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