quinta-feira, 7 de março de 2024

Avaliação da gestão Lula piora, e já não se pode culpar Bolsonaro



A pesquisa Quaest revela que a taxa de desaprovação do governo subiu cinco pontos, atingindo 34%. E o índice de aprovação de Lula, agora em 51%, caiu três pontos desde dezembro. Quem sabe ler as entrelinhas das estatísticas percebe que a satanização de Bolsonaro perdeu a serventia para o governo. O gosto pela raiva leva Lula a esquecer que não foi eleito para consumir quatro anos falando mal de um antecessor inelegível.

Os evangélicos aparecem na pesquisa como um ponto cada vez mais fora da curva do governo. Entre eles, a reprovação à gestão Lula deu um salto de 12 pontos percentuais, batendo em 48%. Desaprovaram o desempenho de Lula 62%. No pedaço evangélico da sociedade —em torno de dois terços do eleitorado—, 69% acharam que Lula exagerou ao comparar a matança que Israel promove em Gaza com o extermínio de 6 milhões de judeus promovido por Hitler.

O governo entrou no segundo ano e não conseguiu reverter a fratura da polarização. A distância entre os que aprovam a atuação de Lula (51%) e os que desaprovam (46%) caiu de 11 pontos para apenas cinco pontos percentuais. Lula continua soberano no Nordeste. Mas sua taxa de desaprovação cresceu no Sul e no Sudeste. Em viés de alta, a avaliação negativa do governo (34%) encostou no índice de aprovação (35%).

A má notícia é que Lula permanece acorrentado a uma agenda tóxica. Nas últimas semanas, dedicou-se a chutar Bolsonaro, afagar o centrão de Arthur Lira e justificar o comentário em que encostou o holocausto em Gaza. A boa notícia é que Lula ainda dispõe de dois anos e três meses para mostrar serviço e mudar de assunto.

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